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Re: [Archport] Que futuro para a Arqueologia em Portugal?


•   To: "Jose d'Encarnação" <jde@ci.uc.pt>, "archport" <archport@list-serv.ci.uc.pt>
•   Subject: Re: [Archport] Que futuro para a Arqueologia em Portugal?
•   From: <loost@ipt.pt>
•   Date: Sat, 11 Sep 2004 08:04:10 -0300

Caros colegas,

Saúdo a iniciativa, com a qual concordo no essencial. Defendo, desde 1995,
que a arqueologia seja gerida de forma integrada. Por isso sempre tive
reservas quanto ao modelo do IPA criado em 1997, e face ao quadro que se
desenhava desde os finais dos anos 90 (com a pressão do IPPAR para engolir o
IPA) defendi que o melhor seria uma fusão (e não absorção). Mas se a opção
do governo é a de manter o IPA, então deverá em coerência integrar nele toda
a actividade arqueológica. Como sabem, creio que o formato administrativo é
secundário, e que o essencial é a concepção orgânica das competências. O
actual governo criou uma Secretaria de Estado que, eventualmente, poderá
cumprir a função de articulação dos 4 institutos de Património. Sendo assim,
não se justificam mais fusões (cuja finalidade era tal articulação), e deve
repensar-se a distribuição de competências (reforçando o IPA e o IPM).
Quanto à questão do CIPA, continuo a pensar que, sem prejuízo de soluções
imediatas, a consolidação de uma unidade de investigação passa por a
integrar na rede nacional de Ensino Superior e Investigação. Creio que uma
redação que faça menção expressa deste facto protegerá o CIPA, e todos nós,
de voltarmos a ter de discutir e sentir angústias daqui a uns tempos. Creio
que a moção do Congresso, mais do que pugnar por soluções formais deve
primeiro apontar direcções conceptuais. Assim, tal como deve devender a
articulação de todo o património e, nesse quadro, a autonomia da
arqueologia, também no que se refere à investigação deve exigir primeiro que
o Estado reconheça que a investigação arqueológica tem de ser considerada ao
nível do Ensino Superior e Ciência, e só depois referir que o MC/IPA devem
igualmente assumir responsabilidades.
No ponto 9, sugiro que além do Conselhod e Reitores seja contactado o
Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos, dado que como sabem o CRUP
não tem tutela sobre as licenciaturas e mestrados que se desenvolvem nestes
últimos.
Finalmente, não creio que a questão da ordem dos arqueólogos deva ser
incluída neste texto. Penso que ele é muito consensual e que, por isso, pode
actuar de forma eficaz junto do poder. Introduzir nele uma questão tão
polémica como a da Ordem (sabendo-se, inclusivamente, as reticências da
Comissão Europeia a este respeito), é algo que pode enfraquecer o conjunto
da moção. Na verdade, o essencial da moção surge como um repto ao Estado
para que assuma as suas funções, e por isso uma questão como a da Ordem,
nesta fase, temo que possa promover a confusão. Creio que seria melhor que
uma proposta sobre a questão da ordem fosse objecto de moção separada, que
partisse de outras considerações (sobre a profissão e os seus agentes).

Um abraço,

Luiz Oosterbeek

----- Original Message -----
From: "Jose d'Encarnação" <jde@ci.uc.pt>
To: "archport" <archport@list-serv.ci.uc.pt>
Sent: Friday, September 10, 2004 5:36 PM
Subject: [Archport] Que futuro para a Arqueologia em Portugal?


Caros Colegas e Amigos:


 Como é do conhecimento de todos, a situação de indefinição intitucional e
de desinvestimento Na Arqueologia em Portugal chegou este ano a um ponto
absolutamente inaceitável !
 No sentido de tentar mobilizar todos os arqueólogos para a discussão dos
problemas que nos afectam a "comunidade arqueológica", fiz uma exposição
sobre Que futuro para a arqueologia em Portugal ?" na última Assembleia
Geral da AAP (no passado mês de Julho). Na sequência dessa exposição, foi
decidido constituir um grupo de trabalho, que integrou um conjunto de
arqueólogos, ligados aos diversos sectores de actvidade arqueológica - Maria
Miguel Lucas, Maria José Almeida, António Valera, João Pedro Ribeiro, José
Eduardo Mateus e eu próprio - para procurarem encontrar uma plataforma de
entendimento o mais abrangente possível, suceptível de ser discutida no IV
Congresso de Arqueologia Peninsular.
Dado o bom acolhimento que esta iniciativa teve por parte da organização do
congresso, a sessão inicialmente proposta foi transformada em debate mais
alargado, que terá lugar, como já devem ter verificado, na próxima 6ª feira,
dia 17 de Setembro, às 17horas.
 Envio-vos, assim, em anexo, o projecto de moção ou recomendação ao
congresso, que esperamos sirva de ponto de partida para um debate que se
espera seja o mais participado e animado possível.
Contamos com a presença de todos !
 Um abraço e até Faro !

 José Morais Arnaud

P.S.: para eventuais comentários, sugestões, ou até insultos, podem
contactar-me a partir de agora via e-mail: jarnaud@sapo.pt.





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