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[Archport] Cavalos em Tróia e outras cavalgadas


•   To: <Archport@list-serv.ci.uc.pt>
•   Subject: [Archport] Cavalos em Tróia e outras cavalgadas
•   From: "Carlos Batata" <batata.c@clix.pt>
•   Date: Sun, 18 Sep 2005 23:02:02 +0100

Caros amigos
As conversas são como as cerejas... e ainda bem que assim é. Agrada-me que neste fórum de discussão haja tanta participação.
 
Nos dias que correm há muita apatia pelo que se passa com a Arqueologia em Portugal. Vivemos (quase) todos voltados para o nosso próprio umbigo, de costas voltadas para os problemas que se avolumam e tardam em serem discutidos de forma séria. E nesta categoria englobo todos os intervenientes, desde os professores universitários, arqueólogos dos serviços públicos, das autarquias, arqueólogos profissionais de empresas, arqueólogos liberais, amadores, interessados, etc., etc.. 
 
Concordo com os colegas que não trabalham e investigam cá e que podem avaliar à distância as diferenças (e que diferenças!) de actuação cívica, ética e profissional em relação aos problemas que a Arqueologia atravessa hoje em Portugal.
 
O exemplo dos detectores de metais é preocupante. Toda a gente sabe que existem, que os usam para esventrar estações arqueológicas e que  se vendem  peças aos antiquários.
 
Existe mesmo um decreto-lei que regulamenta o seu uso, mas nunca vi sinais de que fosse posto em prática. Prevêem-se coimas, apreensão do material, penalizações, mas nunca vi acções de fiscalização a quem recepta esse material.
 
Poderia continuar aqui toda uma noite e um dia a desfiar o rol das atrocidades que são cometidas diariamente e a denunciar a desresponsabilização crescente a que se vem assistindo por parte de quem tem a maior das obrigações para com a Arqueologia.
 
Toda a gente tem conhecimento de um caso pelo menos.
 
Enquanto me deixarem continuarei a manifestar a minha indignação, a contestar o que me parece injusto.
 
Sempre na esperança e na convicção de que um dia destes iremos todos estar sentados a uma mesa a discutir os caminhos da Arqueologia e a apresentar propostas concretas que não passem pela retórica costumeira do discurso oficial.
 
 
 
 
 
 
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