[Archport] Fwd: O mais divertido é que...

[Graca Cravinho <graca@hermite.cii.fc.ul.pt>]

	Cumpre-me informar do teor desta mensagem 
de alguém que não conheço nem deve conhecer-me...

	Graça Cravinho

> Date: Thu, 10 Nov 2005 19:55:00 +0000 (GMT)
> From: zebrissos@iol.pt
> Subject: O mais divertido é que...
> To: graca@hermite.cii.fc.ul.pt
> X-Accept-Language: pt
> Priority: normal
> Status:  
>
>
> Boa tarde;
>
> O mais divertido é que você não sabe minimamente 
> do que fala. Pois nunca na vida deve ter pegado 
> num sacho ou em qualquer outro objecto que cave 
> quanto mais num detector de metais. Se não 
> fossem os tipos dos detectores de metais a 
> salvar parte do património enterrado quer seja 
> para vender quer seja para coleccionar pode ter 
> a certeza que mais ninguém o fazia. Sabe melhor 
> aos senhores arqueólogos ganharem 2 ou 3 mil ¤ 
> por mes e estar numa qualquer universidade a ler 
> acetatos para meia dúzia de pessoas do que 
> pesquisarem, serem ratos de biblioteca e depois 
> estarem no campo ao Sol e à chuva a trabalhar em 
> prol da nação. Enfim...provavelmente a 
> arqueologia nos paises desenvolvidos que chama 
> arqueólogos amadores aos "tipos dos detectores 
> de metais" é uma arqueologia da "treta" enquanto 
> que o que se faz em Portugal é que é correcto: 
> existe um sistema de arqueólogos bem oleado e 
> mecanizado que faz coisas que a exma. senhora 
> nem imagina! Inclusivé fornecer informações mais 
> ou menos
> secretas a detectoristas. É obvio que a paga é 
> uma comissão dos achados. A melhor pessoa para 
> introduzir algumas peças interessantes no 
> mercado negro é o arqueólogo corrupto e convém 
> ao detectorista mafioso e sem escrúpulos ter um 
> "amigo" destes.
>
> Exemplo do maior embuste da arqueologia 
> portuguesa: Tesouro de Baleizão, encontrado por 
> detectorista mafioso tendo sido metade do valor 
> do achado para um tal arqueólogo e a outra 
> metade para o "achador".
>
> Volto a referir...
> O mais divertido é que não faz a minima ideia do 
> que é a detecção tanto efectuada por pessoas sem 
> escrúpulos(espanhóis e 2 ou 3 portugueses) como 
> por pessoas respeitadoras do património que 
> apenas tiveram o azar de escolher um hobbie que 
> só em Portugal é semi-perseguido.
> Eu pensava porque razão médicos, engenheiros etc 
> com salários acima dos 5000¤ praticam o 
> hobbie..e já agora arqueólogos ? Será por 
> dinheiro, será porque praticam um hobbie, será 
> porque ninguém faz nada e alguns decidem salvar 
> o que podem ? E já agora também pensava porque 
> razão alguém com poucos recursos, quase pobre e 
> com os filhos a estudar enverga pela detecçao 
> espontânea para conseguir realizar mais uns 
> "cobres". Duas situações distintas que merecem 
> quase uma tese de mestrado! Aliás essa tese já 
> existe, escrita pelo Dr. Luis Raposo, Director 
> do MNA e publicada na revista Al-Madan Nº13, 
> defende como é óbvio a detecção legal, a 
> alteração da lei e a criaçao de associações de 
> detectoristas colaborantes com arqueólogos 
> VOLUNTÁRIOS (voluntários significa que não 
> recebem dinheiro, afinal isto é tudo uma questão 
> de dinheiro certo?)
>
> Bom..não me vou alongar mais, apenas mais uma achega.
> Lá fora trabalha-se assim(nomeadamente no Reino 
> Unido que até tem um património digamos 
> alargado):
> -Existem associações e clubes de detectorismo
> -Cada Associação ou clube tem um oficial de 
> ligação que não é nada mais nada menos que um 
> licenciado em história, arqueologia, etc
> -Todos os objectos encontrados são mostrados ao 
> oficial de ligação e sempre que este ache 
> relevante o achado é comunicado a um painel de 
> arqueólogos. Caso se justifique procede-se à 
> análise do terreno e mais tarde a escavações.
> -As peças achadas são sempre propriedade de quem 
> as achou, excepto quando o estado decide activar 
> o direito de preferência pagando pela peça um 
> valor JUSTO. O achador pode decidir entregar ou 
> não as peças para exposição sempre que tal seja 
> requerido.
> -Depois há sempre a base de dados nacional que 
> contém todas as peças achadas independentemente 
> do seu valor monetário. Cabe ao oficial de 
> ligação fotografar e reunir a história em torno 
> de cada peça (mais uma vez refiro que os 
> licenciados em Portugal na área gostam mais de 
> outras coisas do que trabalhar de "borla").
> Informação oficial em :
> http://www.findsdatabase.org.uk/hms/home.php?publiclogin=1
>
> Para mais informações: www.google.pt e escrever 
> strings como por exemplo "metal detecting" 
> "detecting UK" etc
>
> Com os melhores cumprimentos;
> Zé
>
>
>
>    To: archport@list-serv.ci.uc.pt
> *   Subject: [Archport] detectores de metais
> *   From: Graca Cravinho <graca@hermite.cii.fc.ul.pt>
> *   Date: Thu, 15 Sep 2005 12:23:30 +0100
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>
> At 0:24 +0100 15/9/05, Alexandre Monteiro wrote:
> > os sítios alentejanos devassados pelos tipos dos detectores de metais
>
>
> 	O mais divertido é que, na maioria dos
> casos, "os tipos dos detectores de metais" até
> são espanhóis que, depois, vendem "o fruto do seu
> trabalho" a antiquários portugueses que, por sua
> vez, o vendem aos coleccionadores... E eu sei do
> que falo...
>
> 	Cumprimentos,
>
> 	Graça