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[Archport] Workshop: Os Vestígios Arqueológicos Subaquáticos da Época Romana dos Corticais, Peniche. Problemáticas e Metodologias


•   To: <archport@lserv.ci.uc.pt>
•   Subject: [Archport] Workshop: Os Vestígios Arqueológicos Subaquáticos da Época Romana dos Corticais, Peniche. Problemáticas e Metodologias
•   From: "Vanessa Loureiro" <loureiro_vanessa@hotmail.com>
•   Date: Fri, 3 Mar 2006 15:00:37 -0000

O Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática vem, por este meio, anunciar a realização no próximo sábado 4 de Março, nas instalações do Centro em Lisboa, do Workshop: Os Vestígios Arqueológicos Subaquáticos da Época Romana dos Corticais, Peniche. Problemáticas e Metodologias, cujo programa segue em anexo.

 

 

Workshop

Os Vestígios Arqueológicos Subaquáticos da Época Romana dos Corticais, Peniche

Problemáticas e Metodologias 

4 de Março de 2006 no CNANS

 

Histórico

O sítio dos Cortiçais foi identificado na sequência da descoberta, pelo caçador submarino Luís Santos Jorge, de Peniche, de fragmentos anfóricos na costa sul da península, uma antiga ilha.

O lote recolhido pelo achador foi identificado por A. Dias Diogo como sendo composto exclusivamente por fragmentos de ânforas Haltern 70 de característica pasta bética.

As missões submarinas que se sucederam no local, realizadas sob a orientação de Jean-Yves Blot, arqueólogo convidado pelo CNANS com diversas participações externas, nomeadamente da associação GEPS, de Peniche, e com o apoio do Museu Municipal de Peniche, bem como o apoio logístico da Câmara Municipal de Peniche, colocaram em destaque uma zona de intensa fragmentação, com algumas dezenas de metros quadrados, numa área submarina rochosa, rodeada por recifes constituindo perigos para a navegação.

A primeira campanha intensiva, realizada em Maio de 2005, permitiu destacar a presença, para além dos fragmentos anfóricos (forma Haltern 70) de alguns fragmentos de terra sigillata. A. Dias Diogo identificou-os como sigillata itálica, datável do período da transição de era (-15 /+ 15).

A estrita isocronia dos materiais cerâmicos recolhidos, assim como as características do local, levam-nos a considerar estar em presença do naufrágio de uma embarcação proveniente da Bética na transição da era.

O facto do acidente se ter dado na costa de uma ilha, no início da presença humana comprovada em Peniche, a pequena distância da área paleo-portuária de Peniche que se infere pela presença de vestígios de período romano em terra (fornos, cipo do Morraçal da Ajuda) levou-nos a convidar outros investigadores com trabalhos realizados na região, tendo como objectivo contextualizar o achado e comparar os materiais encontrados (pastas, formas), bem como a cronologia das importações, e as presenças na região correspondentes ao mesmo período.

A fragmentação diferencial dos materiais cerâmicos no sítio submarino dos Cortiçais, resultante de dois milénios de dinâmica marinha, leva-nos a explorar questões formais e metodológicas susceptíveis de afinar a interpretação do espectro de dispersão submarina. Entre as experiências actualmente em curso, figura uma análise exploratória baseada na lógica difusa (fuzzy logics) realizada com Yauheni Veriya, cujo objectivo consiste em distinguir, no mesmo local, os materiais do sítio primário, dos materiais cerâmicos do sítio secundário, profundamente marcados pela dinâmica marinha ao longo de dois milénios.

 

Objectivo do atelier

Focar os aspectos metodológicos directamente relevantes relacionados com a circulação na macro região de Peniche, há dois milénios, de materiais do tipo dos que ocorrem no sítio dos Cortiçais (ânforas Haltern 70 e sigillata itálica).

O atelier destina-se, em particular, a proporcionar aos participantes dos trabalhos arqueológicos no sítio submarino dos Cortiçais os comentários directos dos investigadores profissionais, se possível através da manipulação dos próprios materiais, sobre as problemáticas e as abordagens metodológicas desenvolvidas noutros sítios arqueológicos da região Oeste.

Concebido como uma plataforma informal de formação e debate, aberta ao público em geral (entrada gratuita), o atelier está previsto para sábado, dia 4 de Março de 2006, nas instalações do CNANS em Lisboa.

 

Programa

Sábado, 4 de Março de 2006, 9: 00 horas

Vasco Mantas (Universidade de Coimbra, director científico da Associação GEPS) – As rotas de circulação na região Oeste na transição da Era.

Maria Luísa Blot (CNANS) – Uma leitura da paleo-paisagem costeira da região Oeste segundo os tipos de sítios utilizados pela navegação do passado.

António Dias Diogo – Descrição e caracterização dos materiais cerâmicos encontrados no sítio submarino dos Corticais (2004-2005).

José Beleza Moreira – Os materiais de importação da cidade de Eburobritium e a articulação regional com o mar.

Guilherme Cardoso, Severino Rodrigues e Eurico de Sepúlveda – Metodologia e caracterização dos materiais cerâmicos provenientes dos fornos romanos do Morraçal da Ajuda em Peniche.

 

Sábado, 4 de Março de 2006, 14.00 horas

Rui Morais (Universidade do Minho) – A via atlântica e o contributo de Gadir nas campanhas romanas na fachada Noroeste da Península.    

Joaquim Vieira (Universidade do Minho, Centro de Investigação de Materiais Cerâmicos e Compósitos - CICECO) – Técnicas de análise de materiais disponíveis para apoio à Arqueologia no CICECO.

Armando Lucena (IPA) – Implementação de ferramentas de geo-referenciação digital no registo micro-topográfico de um sítio submarino.

José Bettencourt e Patrícia Carvalho – A análise espacial do sítio Ria de Aveiro A: objectivos e método.

João Coelho (CNANS) – Implementação de uma base de dados.

Jean-Yves Blot (CNANS) – A herança de Keith Muckelroy: metodologia exploratória na caracterização de materiais arqueológicos profundamente marcados pela dinâmica marinha e no estudo do espectro de dispersão subjacente. A experiência dos Cortiçais: primeiros resultados e aplicação deste método na campanha de 2006.

Jean-Yves Blot,Yauheni Veriya e João Coelho – Experiência de análise classificatória por lógica difusa (Fuzzy Logics) dos parâmetros de desgaste dos fragmentos de cerâmica Consequências práticas para futuras campanhas no sítio submarino dos Cortiçais.

 

 

 

 

 

 


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