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Como já Laura
Trindade teve ocasião de noticiar, acaba de falecer, em Reguengos, onde estava a
passar o fim-de-semana com a família, vitimado - segundo tudo leva a crer -
por um ataque cardíaco fulminante, Mestre João Carlos Lázaro Faria, arqueólogo e
actual vereador do pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Alcácer do
Sal.
À sua
esposa, Marisol Aires Ferreira, também ela arqueóloga (a trabalhar na Câmara de
Grândola) e a seus dois filhos (Duarte, de 18 anos, e Susana, de 14)
apresentamos as mais sentidas condolências.
A notícia deixa
natural e profundamente consternada a comunidade arqueológica nacional que, em
tão curto espaço de tempo, vê desaparecer do seu seio figuras que, cada uma à
sua maneira, eram uma referência de renome.
João Carlos
Lázaro Faria (o «João
Alentejano», como era conhecido pelos seus condiscípulos e professores)
nascera em Alcácer do Sal a 4 de Junho de 1960. Licenciou-se em História
(variante de Arqueologia) na Faculdade de Letras de Coimbra (1985) e fez o
Mestrado em Arqueologia Romana na Faculdade de Letras do Porto, em 1998, tendo
aí defendido com brilhantismo a dissertação Subsídios para o Estudo da
Romanização no Curso Inferior do Rio Sado.
Exerceu sempre
grande actividade em prol da cultura em Alcácer do Sal, tendo ocupado, a partir
de 1985, o cargo de Conservador do Museu Municipal. Nesse concelho realizou
inúmeras intervenções arqueológicas, cujos resultados sempre foi publicando,
nomeadamente nas páginas da revista Conimbriga.
A sua obra
de vulto mais recente foi o livro Alcácer do Sal ao Tempo dos Romanos
(edição conjunta da Câmara e da Colibri, Maio de 2002). Um dos achados mais
importantes da sua carreira terá sido, sem dúvida, a tabella defixionis
exumada durante as escavações que dirigiu no santuário de Alcácer do Sal, cujo
estudo tive a honra de assinar com ele para o catálogo Religiões da
Lusitânia - Loquuntur Saxa: «O santuário romano e a defixio de Alcácer do Sal», Museu
Nacional de Arqueologia, Lisboa, 2002, p.
259-263.
Perde Alcácer do Sal um dos seus filhos mais ilustres; perde a Faculdade de
Letras da Universidade de Coimbra um dos seus ex-alunos mais distintos; perde a
Arqueologia nacional um dos seus membros mais activos e dedicados, sempre afável
e solícito a ajudar, a disponibilizar os elementos novos que ia encontrando,
numa zona - como era a sua - rica em potencial arqueológico do maior
alcance.
Renovando os pêsames à família assim tão bruscamente
enlutada, curvamo-nos perante a sua memória de incansável lutador, de cuja
actividade muito havia a esperar.
Que descanse em paz!
José
d'Encarnação
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