•  Índice por assuntos Lista archport Índice cronológico  •
Anterior por data Anterior por assunto MENSAGEM Nº 01801 de 1875 Próxima por assunto > Próxima por data >

[Archport] Re: Digest Archport, volume 34, assunto 34


•   To: archport@lserv.ci.uc.pt
•   Subject: [Archport] Re: Digest Archport, volume 34, assunto 34
•   From: "lino tiago" <arkeolino@gmail.com>
•   Date: Thu, 3 Aug 2006 02:02:46 +0100


Caríssimo amigo e colega Daniel Ribeiro, o caso que referes em relação ao estado da igreja da tua terra não deixa de me indignar, contudo, e infelizmente, não é excepção por este país fora. Tenho vindo a ter conhecimento, por intermédio de amigos de História de Arte ligados directamente à vertente da arte sacra que  têm tido contacto com vários casos idêntidcos e preocupantes. Directamente não podemos atribuir culpas a ninguém específico nem a nenhuma identidade responsável, mas ao mesmo tempo deixa-nos tristes tomarmos conhecimento da despreocupação e falta de cuidado e de sensibilidade para a protecção e zelo para com o nosso património, neste caso específico, património da igreja. A arte sacra é, como todfas as artes, uma forma de expressão, mas neste caso é também um testemunho presente de crenças e devoções antigas que chegam até aos nossos dias. Em relação a aplicações de peças de arte sacra descontextualizadas da periferia material envolvente o caso que referes também não é único. Aqui bem perto da minha área de residência (concelho de Figueira da Foz) há exemplares que comprovam esta minha afirmação. Não querendo tomar posição ou fazer crítica destrutiva, creio que cada vez mais a formação de sacerdotes e outros membros clericais peca pela falta de estimulo à sensibilidade e pela falta de formação nesta área, pelo que podemos ver, actualmente, diversas obras de restauro em igrejas deste país cuja atitude é de tornar apenas o espaço bonito aos olhos, não tendo cuidado nem preocupação com o sentido´e contextualização artística. Em relaçaõ à falta de peças que mencionas, é de salientar um fenómeno que infelizmente já não nos é estranho, o desvio ou roubo de peças de arte valiosas e a sua substituição por réplicas recentes. Sabemos, pois, que a venda dos originais é sinónimo de dividendos lucrativos e acentuados. Quem controla os inventários de arte existente em cada local de culto? Quer dizer, melhor seria "a priori" perguntar se existem inventários.

É realmente preocupante e triste.

 
 

Um abraço

 

Tiago Lino

 

----------------------------------------------------------------------

Message: 1
Date: Fri, 28 Jul 2006 16:19:12 +0100
From: daniel_amarante@sapo.pt
Subject: [Archport] Atentados ao património
To: "archport@lserv.ci.uc.pt" < archport@lserv.ci.uc.pt>
Message-ID: <1154099952.67nq5mnyqbk0@w4.mail.sapo.pt>
Content-Type: text/plain; charset="ISO-8859-15"



  Recorro a este espaço, para mostrar a minha indignação pessoal, para com o
que se sucedeu, na igreja de s.João de Gatão, no concelho de Amarante.
Imaginem que por qualquer razão os altares da igreja, simplesmente foram
arrancados(apesar de serem mais recentes não perturbavam o estilo românico da
igreja), e as estátuas dos respéctivos santos foram retiradas, ficando apenas
quatro, sendo uma delas acual( deve ter no máximo 2 anos), em prol de outras
dos séc.XVIII e XIX, que aos "olhos do povo" simplesmente desapareceram e mais
a actual disposição dos quatro plintos que albergam os "subreviventes" estão
a tapar uns belos frescos( num estado avançado de degradação)de época
medieval, notandodo-se que são os únicos existentes em templos românicos do
concelho de Amarante.
                                             cordiais comprimentos
                                             Daniel Ribeiro
___________________________________________________________________



Mensagem anterior por data:
     [Archport] peso de rede - "pandulho"
Próxima mensagem por data:
     [Archport] O novo bronze de Osuna
Mensagem anterior por assunto:
     [Archport] Re: Digest Archport, volume 34, assunto 22
Próxima mensagem por assunto:
     [Archport] RE: Digest Archport, volume 36, assunto 21