O século XIX em Portugal corresponde a um período de graves crises e fortes mudanças. A primeira metade fica indelevelmente marcada por acontecimentos de grande repercussão como as invasões francesas entre 1808 e 1811; a revolução liberal
de 1820; a independência do Brasil em 1822 ou as Guerras liberais entre 1828 e 1834. É neste período que se lançam os fundamentos de uma nova ordem social, nelas se inserindo medidas como a extinção das ordens religiosas em 1834 e a reforma dos concelhos em
1836. Na segunda metade do século acentua-se essa tendência e impõe-se a visão dinâmica da burguesia, pautando-se a atuação do Estado por uma clara aposta na modernização, expressa, sobretudo, na criação de infraestruturas de comunicação e transporte. A Póvoa de Varzim que, na Idade Média, era uma humilde terra de agricultores e homens do mar, conhece, desde os meados do século XVIII, um notável desenvolvimento. Apoiada numa economia florescente, impulsionada pela crescente comunidade
de pescadores, angaria com os seus impostos o financiamento de edificações marcantes como a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, a Câmara Municipal, a Igreja Matriz e o Porto de Pesca. Para sustentar este progresso foi também importante o facto de a Póvoa
ter conseguido passar quase incólume ao flagelo das invasões francesas e às destruições da Guerra Civil. O povoado cresceu, desenvolveu-se, atraiu comerciantes e visitantes, tornando-se num autêntico “caravansará dos habitantes do Minho em uso de banho ou
de ar do mar”, como magistralmente a descreveu Ramalho Ortigão, em 1876. A Póvoa tinha “de tudo”, como os melhores centros de turismo de então: os cafés; as lojas; os divertimentos; a música; os transportes; a comida e tudo o que podia ajudar ao conforto dos
visitantes e prosperidade dos naturais. Esta exposição, que ocupa várias salas do Museu Municipal, surge no contexto de um pedido das escolas EB2/3 do concelho, e tem por propósito mostrar aos jovens alunos como era a nossa terra num período tão importante da sua história. A
ideia desenvolveu-se e mostra-se a Póvoa oitocentista em muitos dos seus componentes: sociedade; economia; turismo; artesanato; assistência; etc. Papel fundamental é dado aos seus habitantes: pescadores; agricultores e burgueses - comerciantes e proprietários
-, bem como todos aqueles que moldaram a Póvoa e lhe deram as bases do que é hoje. Deolinda Maria Veloso Carneiro Diretora do Museu Municipal | Municipio Póvoa de Varzim Rua do Visconde, nº17. 4490-548 Póvoa de Varzim Telf: 00.351.252 090 002 / Telem: 915089970 E-mail: deolindacarneiro@cm-pvarzim.pt /
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