Sinos e taças. Junto ao Oceano e mais longe.
Aspectos da presença campaniforme na Península Ibérica
Bells and bowls, near the Ocean and far away.
About beakers in the Iberian Peninsula
Coordenado por Victor S. Gonçalves
Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ)
Workgroup on Ancient Peasant Societies (WAPS)
OS WORKSHOPS DA UNIARQ (3)
CONTEXTO E OBJECTIVOS
Em termos estritos, o Campaniforme é a súmula de um estilo decorativo cerâmico com formas cerâmicas específicas. Surge em toda a Europa e Norte de África em finais do Calcolítico, na segunda metade do 3º milénio a.n.e. Contudo, em termos mais abrangentes, a presença desta cerâmica tem profundas implicações no estudo do modelo de sociedade, de eixos de troca e de mudanças tecnológicas das comunidades agro-pastoris.
A temática do Campaniforme tem um longo historial de investigações em toda a Europa. A quantidade e diversidade de campaniforme na Península Ibérica desde cedo levou a colocar esta área no centro de debate da origem e difusão de um estilo cerâmico.
Ciclicamente, têm sido efectuados balanços sobre esta temática, sobretudo a propósito de estudos monográficos de sítios com dados especialmente relevantes quanto à estratigrafia, cronologia absoluta, tipologia.
Apesar da extensão da bibliografia disponível, escasseiam as leituras transversais e actualizadas reflectindo as recentes descobertas das últimas décadas: os recintos de fossos, os hipogeus do interior da Península, as novas análises arqueométricas. Estes novos dados permitem colocar em perspectiva os contextos «clássicos», alguns dos quais com trabalhos arqueológicos do século 19.
O presente workshop constitui um encontro científico especificamente direcionado para a temática do campaniforme à escala peninsular, reunindo um conjunto selecionado de investigadores, com dados relevantes. Para além do conjunto de oradores convidados, será ainda aberta a inscrição para posters, alargando-se assim o leque de participações.
Procura-se fazer o levantamento do estado da arte e, simultaneamente, estimular a discussão das diferentes perspectivas teóricas.
Organizado na Faculdade de Letras de Lisboa pela UNIARQ (WAPS – Grupo de trabalho sobre as Antigas Sociedades Camponesas), prevê-se que o presente workshop tenha um impacto significativo.
PROGRAMA
Lisboa, 2016, Maio,12-13, Anfiteatro 3 da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
12 de Maio
10:00: Abertura
10:30: Victor S. Gonçalves (UNIARQ – WAPS, FL-UL) – A questão campaniforme
11:00: Elena Morán (UNIARQ – WAPS) – O Campaniforme de Alcalar no contexto do Sul
Pausa café
12:00 Joaquina Soares (MAEDS, UNIARQ – WAPS) – O Campaniforme do Porto das Carretas e da Margem esquerda do Guadiana.
12:30: António Valera (ERA) – A expressão campaniforme nos recintos dos Perdigões.
Debate
14:30: Rui Mataloto – O Campaniforme nas antas do Alentejo (UNIARQ – WAPS)
15:00: Carlos Tavares da Silva – O Campaniforme na Península de Setúbal (MAEDS - UNIARQ, WAPS)
15:30: Ana Catarina Sousa (UNIARQ - WAPS, FL-UL) – Dinâmicas de povoamento e cerâmica campaniforme na área da Ribeira de Cheleiros (Mafra e Sintra, Lisboa)
16:00: Miguel Kunst (DAI) – O Campaniforme no Zambujal
Debate e Pausa para café
17:30: Victor S. Gonçalves (UNIARQ - WAPS, FL-UL) – Sinos, taças e coisas assim em Alapraia 2 e 4.
18:00: João Luís Cardoso (UA, UNIARQ - WAPS) – O Campaniforme na região ribeirinha do estuário do Tejo
Debate
13 de Maio
09:30: Visita e Comentário aos posters
10:00: Fernando Molina González, Juan Antonio Cámara Serrano (Universidad de Granada), Alberto DORADO ALEJOS y María VILLARROYA ARÍN. El fenómeno campaniforme en el Sudeste de la Península Ibérica: el caso del Cerro de la Virgen (Orce, Granada).
10:30: Victor S. Gonçalves, Ana Catarina Sousa, Marco Andrade (UNIARQ - WAPS, FL-UL) – O Barranco do Farinheiro e a presença campaniforme na margem esquerda do Tejo
Debate e Pausa para café
11:30: Elisa Guerra Doce (Universidade de Valladolid) – Sal y campaniformes en la Península Ibérica: el yacimiento Ciempozuelos de Molino Sanchón II (Zamora)
12:00: Corina Liesau (Universidad Autonoma de Madrid) – Ciempozuelos e o Campaniforme em Madrid.
12:30: Bueno Ramirez (Universidad de Alcalá de Henares), Barroso Bermejo, R., Balbín Behrmann, R. de: El campaniforme en Toledo. Releyendo Ciempozuelos.
Debate.
14:30: António Valera (Era) – O campaniforme na Beira Alta: confluências e estranhas ausências.
15:00: Maria de Jesus Sanches (FL-UP e CITCEM); Alexandra Ferreira Vieira (IPB e CITCEM); Maria Helena Barbosa (FL-UP e CITCEM) — Contextos campaniformes no Norte de Portugal.
15:30: La Cerâmica campaniforme en Valencina de la Concepción (Sevilla). Nuno Inácio (UNIARQ – WAPS)
16:00: A Metalurgia «Campaniforme» – António Monge Soares (ITN).
Debate e Pausa para café
17:00: A Cronologia Absoluta Campaniforme – Rui Boaventura (UNIARQ – WAPS).
17:30: Mesa Redonda e debate final.
Victor S. Gonçalves, Corina Liesau, João Luís Cardoso, João Senna-Martínez, Miguel Kunst.