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Altar romano
dedicado a Arantius
Tanginiciaecus
A
apresentar por José d'Encarnação
Proveniente de uma área (a actual
Beira Interior) onde persistem muitos vestígios da religiosidade
indígena, este altar vai permitir-nos reflectir sobre a aculturação
religiosa, uma das mais sábias atitudes que a política organizativa
dos Romanos soube adoptar.
Trata-se, por outro lado, de uma divindade especial, porque se
venerou sob diversos epítetos e o seu nome não apresenta grafia
uniforme, a mostrar não apenas o amplo leque de agregados populacionais
que lhe solicitou protecção, como também a influência da linguagem
falada, num momento em que se processava, de facto, essa lenta
interpenetração entre o Latim e as línguas indígenas.
A influência, aceite, da estética romana revela-se, ainda, na
tipologia do monumento e no modo de gravação do texto.
Em suma, uma observação mais atenta deste altar possibilitará melhor
compreensão do que resultou – em termos culturais, políticos e
sociais – da convivência pacífica entre Romanos e povos indígenas. Um
aspecto em que os estudos epigráficos continuam a revelar-se como
fonte histórica primordial.
Peça proveniente do Museu Francisco Tavares
Proença Júnior, n.º inv. 29.1 MFTPJ
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