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Re: [Archport] Digest Archport, volume 153, assunto 8

Subject :   Re: [Archport] Digest Archport, volume 153, assunto 8
From :   Joao Tereso <jptereso@gmail.com>
Date :   Thu, 2 Jun 2016 14:44:52 +0100

Boa tarde

a língua portuguesa deve ser, de facto, defendida e a melhor forma de o fazer é usando-a também na divulgação científica. Isso não quer dizer, no entanto, que tal seja necessário em todas as ocasiões. É um tema que normalmente é mal debatido porque se misturam coisas que nada têm que ver com a divulgação científica. Na verdade, a divulgação da ciência que se faz em Portugal e a captação de bons cientistas estrangeiros para virem falar a Portugal faz muito bem ao país e àqueles que cá vivem. Para isso precisamos do inglês.

Quanto a exemplos de congressos que não usam a língua nativa na divulgação, em poucos segundos lembrei-me de três, realizados em três países tão diferentes: Grécia, Alemanha e Lituânia:
http://iwgp-2013.web.auth.gr/
https://www.anthraco.uni-freiburg.de/
http://eaavilnius2016.lt/

Certamente haverá mais exemplos, tal como certamente haverá exemplos contrários. Seja como for, é uma prática comum em congressos internacionais. Comum, mas pouco correcto, é surgirem comunicações em outras línguas (Português, Espanhol, por exemplo) em congressos onde as línguas oficiais são o inglês e o francês. Felizmente, o israelita que ouvi nesse mesmo congresso não falou na sua língua nativa pois eu teria perdido uma apresentação muito interessante!

Centremo-nos em fazer ciência, divulgá-la em Português para quem percebe Português e em inglês ou francês para o resto do mundo. Temos muito a ganhar em integrarmo-nos nos debates científicos que decorrem noutras esferas que não a ibérica.

Cumprimentos

João Tereso




João Pedro Vicente Tereso

InBIO - Rede de Investigação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva, Laboratório Associado
CIBIO - Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, Universidade do Porto

InBIO- Research Network in Biodiversity and Evolutionary Biology (Associated Laboratory)
CIBIO - Research Center In Biodiversity and Genetic Resources/University of Porto

No dia 2 de junho de 2016 às 13:41, <archport-request@ci.uc.pt> escreveu:
Enviar mensagens de Archport para
        archport@ci.uc.pt

Para se inscrever ou para anular a sua inscrição via web, visite o
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ou envie uma mensagem de email com a palavra 'help' no assunto ou no
corpo da mensagem para
        archport-request@ci.uc.pt

Pode entrar em contacto com a pessoa que gere a lista através do
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Quando responder, por favor edite sua linha de assunto de forma a ela
ser mais específica do que "Re: Contents of Archport digest..."


Tópicos de Hoje:

   1. Re: Uma nota ao Colóquio internacional Enclosing Worlds
      (antoniovalera@era-arqueologia.pt)
   2. Re: Uma nota ao Colóquio internacional Enclosing Worlds
      (Francisco Sande Lemos)


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Message: 1
Date: Thu, 2 Jun 2016 13:10:49 +0100
From: antoniovalera@era-arqueologia.pt
Subject: Re: [Archport] Uma nota ao Colóquio internacional Enclosing
        Worlds
To: Maria Moreira Baptista de Magalhães Ramalho
        <mariabaptistaramalho@hotmail.com>
Cc: archport-bounces@ci.uc.pt, ARCHPORT <archport@ci.uc.pt>
Message-ID:
        <OF383E8087.0032A25D-ON80257FC6.003ED20D-80257FC6.00429B77@era-arqueologia.pt">OF383E8087.0032A25D-ON80257FC6.003ED20D-80257FC6.00429B77@era-arqueologia.pt>

Content-Type: text/plain; charset="iso-8859-1"

Cara Maria Ramalho

Diria mesmo que a língua é muito mais que património. É estruturante do
pensamento. Daí que,as boas traduções sejam tão difíceis de realizar.
Mas o que aqui está em causa é comunicação num âmbito disciplinar
científico internacional, sendo que as circunstâncias históricas em que
vivemos aconselham a que seja em inglês. Quem está em ciência hoje tem de
saber inglês, como qualquer outro investigador de um país com outra
língua, sob pena de isolamento e de sofrer as consequências que decorrem
desse isolamento.
Não me parece que seja por causa de iniciativas destas que a língua
portuguesa não é cuidada nem acarinhada. Nem deixou de o ser quando, em
tempos, a comunicação científica elegia o Francês. Os benefícios que
decorrem, para a nossa comunidade científica e para os nossos estudantes,
de nos fazermos ouvir e entender são bem maiores do que qualquer mal que
daí decorra para a língua (se é que decorre algum). Não se trata de deixar
de falar ou escrever português em ciência, mas apenas de entender que isso
se justifica numas ocasiões e em outras não.

Creio que a efectiva defesa da nossa língua passa por outras
circunstâncias, essas sim merecedoras da maior preocupação. Nas escolas,
nas universidades, nos telemóveis, nos acordos ou até numas iniciativas
políticas pseudo igualitaristas.

Mas aceito a sua crítica, ainda que discorde dela relativamente à
iniciativa em causa. Poderíamos fazer a tradução do texto de apresentação
do tema, dos títulos das comunicações e dos resumos. Com isso sempre se
facilitaría a vida aos investigadores e estudantes que recusam ler inglês
(ouvi que há recusas dessas em meios universitários), ainda que não tenha
a certeza se é por uma questão de defesa do português.

Cordiais saudações e obrigado por gostar da iniciativa.

António Carlos Valera
Direcção do Núcleo de Investigação Arqueológica - NIA
ERA Arqueologia SA.
Cç. de Santa Catarina, 9C,
1495-705 Cruz Quebrada - Dafundo
antoniovalera@era-arqueologia.pt
www.era-arqueologia.pt



Maria Moreira Baptista de Magalhães Ramalho
<mariabaptistaramalho@hotmail.com>
Sent by: archport-bounces@ci.uc.pt
02-06-2016 11:00

To
ARCHPORT <archport@ci.uc.pt>
cc

Subject
[Archport] Uma nota ao Colóquio internacional Enclosing Worlds






Excelente iniciativa mas lamento que se vão multiplicando encontros deste
nível em que a nossa língua portuguesa, património tão relevante, não seja
usada como alternativa. Não está em causa o uso do inglês mas sim que pelo
menos todos os conteúdos de divulgação/informação sejam também em
português, afinal é uma iniciativa que decorre em Portugal e todos os
organizadores são portugueses.
Duvido que sejam muitos os países, sobretudo europeus, que ao organizarem
este tipo de iniciativas não se lembrem da sua língua.

E afinal não custa nada pois não ?

Grata se tiverem isso em atenção.

Maria Ramalho


To: archport@ci.uc.pt
From: antoniovalera@era-arqueologia.pt
Date: Thu, 2 Jun 2016 10:10:56 +0100
Subject: [Archport] Colóquio internacional Enclosing Worlds

Informa-se que o programa das comunicações orais do colóquio Enclosing
Worlds, que decorrerá entre 12 e 14 de Outubro de 2016 em Reguengos de
Monsaraz, já está disponível em
http://enclosingworlds.blogspot.pt/p/program.html

O prazo para apresentação de propostas para posters é de 31 de Agosto.
Estimuala-se todos os interessados na temática do colóquio (que aborda em
termos gerais e comparativos a questão do "encerramento"), nomeadamente os
investigadores mais jovens, a aproveitar esta oportunidade de dar a
conhecer o seu trabalho e as suas ideias numa reunião de âmbito
internacional através da apresentação de posters.

António Carlos Valera
Direcção do Núcleo de Investigação Arqueológica - NIA
ERA Arqueologia SA.
Cç. de Santa Catarina, 9C,
1495-705 Cruz Quebrada - Dafundo
antoniovalera@era-arqueologia.pt
www.era-arqueologia.pt
_______________________________________________ Archport mailing list
Archport@ci.uc.pt http://ml.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport


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Message: 2
Date: Thu, 2 Jun 2016 13:40:38 +0100
From: Francisco Sande Lemos <sandelemos@gmail.com>
Subject: Re: [Archport] Uma nota ao Colóquio internacional Enclosing
        Worlds
To: antoniovalera@era-arqueologia.pt
Cc: archport-bounces@ci.uc.pt, ARCHPORT <archport@ci.uc.pt>
Message-ID:
        <CADiZ3oB+nS0P2op9y1_AvpPn+091GdR308G36RH==X+D7QzuUw@mail.gmail.com>
Content-Type: text/plain; charset="utf-8"

Boa tarde:

Os argumento são muitos e não há motivos para que não se organizem
colóquios em inglês em Portugal. O de 1880 tinha como língua oficial o
francês através da qual Francisco Martins Sarmento acolheu visitantes
europeus das mais diversas nacionalidades em Briteiros, guiando a excursão
à Citânia.
No século XIX era o francês a língua científica mais utilizada. Hoje é o
Inglês.
Mas a verdade é que os investigadores americanos serão forçados a aprender
cada vez mais espanhol ou português. Nesse sentido o uso da língua
portuguesa, que se lê com a mesma facilidade do que o castelhano, só
contribui para melhorar a competitividade científica dos USA e de outras
comunidades linguísticas.
.

Cordialmente,

FSL

2016-06-02 13:10 GMT+01:00 <antoniovalera@era-arqueologia.pt>:

> Cara Maria Ramalho
>
> Diria mesmo que a língua é muito mais que património. É estruturante do
> pensamento. Daí que,as boas traduções sejam tão difíceis de realizar.
> Mas o que aqui está em causa é comunicação num âmbito disciplinar
> científico internacional, sendo que as circunstâncias históricas em que
> vivemos aconselham a que seja em inglês. Quem está em ciência hoje tem de
> saber inglês, como qualquer outro investigador de um país com outra língua,
> sob pena de isolamento e de sofrer as consequências que decorrem desse
> isolamento.
> Não me parece que seja por causa de iniciativas destas que a língua
> portuguesa não é cuidada nem acarinhada. Nem deixou de o ser quando, em
> tempos, a comunicação científica elegia o Francês. Os benefícios que
> decorrem, para a nossa comunidade científica e para os nossos estudantes,
> de nos fazermos ouvir e entender são bem maiores do que qualquer mal que
> daí decorra para a língua (se é que decorre algum). Não se trata de deixar
> de falar ou escrever português em ciência, mas apenas de entender que isso
> se justifica numas ocasiões e em outras não.
>
> Creio que a efectiva defesa da nossa língua passa por outras
> circunstâncias, essas sim merecedoras da maior preocupação. Nas escolas,
> nas universidades, nos telemóveis, nos acordos ou até numas iniciativas
> políticas pseudo igualitaristas.
>
> Mas aceito a sua crítica, ainda que discorde dela relativamente à
> iniciativa em causa. Poderíamos fazer a tradução do texto de apresentação
> do tema, dos títulos das comunicações e dos resumos. Com isso sempre se
> facilitaría a vida aos investigadores e estudantes que recusam ler inglês
> (ouvi que há recusas dessas em meios universitários), ainda que não tenha a
> certeza se é por uma questão de defesa do português.
>
> Cordiais saudações e obrigado por gostar da iniciativa.
>
> António Carlos Valera
> Direcção do Núcleo de Investigação Arqueológica - NIA
> ERA Arqueologia SA.
> Cç. de Santa Catarina, 9C,
> 1495-705 Cruz Quebrada - Dafundo
> antoniovalera@era-arqueologia.pt
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>
>
> *Maria Moreira Baptista de Magalhães Ramalho
> <mariabaptistaramalho@hotmail.com <mariabaptistaramalho@hotmail.com>>*
> Sent by: archport-bounces@ci.uc.pt
>
> 02-06-2016 11:00
> To
> ARCHPORT <archport@ci.uc.pt>
>
> cc
> Subject
> [Archport] Uma nota ao Colóquio internacional Enclosing Worlds
>
>
>
>
> Excelente iniciativa mas lamento que se vão multiplicando encontros deste
> nível em que a* nossa língua portuguesa*, património tão relevante, não
> seja usada como alternativa. Não está em causa o uso do inglês mas sim que
> pelo menos todos os conteúdos de divulgação/informação sejam também em
> português, afinal é uma iniciativa que decorre em Portugal e todos os
> organizadores são portugueses.
> Duvido que sejam muitos os países, sobretudo europeus, que ao organizarem
> este tipo de iniciativas não se lembrem da sua língua.
>
> E afinal não custa nada pois não ?
>
> Grata se tiverem isso em atenção.
>
> Maria Ramalho
>
>
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> To: archport@ci.uc.pt
> From: antoniovalera@era-arqueologia.pt
> Date: Thu, 2 Jun 2016 10:10:56 +0100
> Subject: [Archport] Colóquio internacional Enclosing Worlds
>
> Informa-se que o programa das comunicações orais do colóquio Enclosing
> Worlds, que decorrerá entre 12 e 14 de Outubro de 2016 em Reguengos de
> Monsaraz, já está disponível em
> *http://enclosingworlds.blogspot.pt/p/program.html*
> <http://enclosingworlds.blogspot.pt/p/program.html>
>
> O prazo para apresentação de propostas para posters é de 31 de Agosto.
> Estimuala-se todos os interessados na temática do colóquio (que aborda em
> termos gerais e comparativos a questão do "encerramento"), nomeadamente os
> investigadores mais jovens, a aproveitar esta oportunidade de dar a
> conhecer o seu trabalho e as suas ideias numa reunião de âmbito
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