Abro
a 1ª página do Diário de Coimbra de
hoje, domingo, 10, e fico dolorosamente surpreendido com a notícia: «Faleceu o
antigo vice-reitor da Universidade de Coimbra Jorge dos Santos Veiga».
Lê-se
de seguida (e a mais daqui não tenho acesso):
«O professor
catedrático e antigo vice-reitor da Universidade de Coimbra Jorge dos Santos
Veiga faleceu ontem, aos 81 anos. Nascido em Coimbra, em Setembro de 1934, o
docente do Departamento de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade de Coimbra (FCTUC) foi vice-reitor durante cerca de 20 anos,
acompanhando os reitorados de Rui de Alarcão e de Fernando Rebelo». Certamente que a
notícia dará conta da actividade ímpar de Jorge Veiga, como vice-reitor,
ligado, de modo especial, às questões internacionais. Deve-se-lhe, por exemplo,
o extraordinário incremento que deu, sem hesitações, ao Programa ERASMUS e a
todos os outros programas, de intercâmbio universitário de alunos e de professores,
que se lhe seguiram. Dotado de enorme bom senso e bonomia (inolvidáveis as suas
gargalhadas!), sabia diplomaticamente resolver as questões que se lhe
apresentavam, por mais eriçadas de espinhos que parecessem. Esta é, pelo menos,
a minha impressão, nos muitos contactos que, na qualidade de coordenador ERAMUS
da Faculdade de Letras, tive obviamente com ele. Recusava-se a dizer ‘não’
aos desafios e a internacionalização da Universidade de Coimbra contraiu para
com ele uma dívida incomensurável. Permita-se-me que recorde
ter sido ele o representante da Universidade no meu doutoramento honoris causa pela Universidade de
Poitiers; fez questão em estar presente, em substituição do Doutor Fernando
Rebelo (porque o doutoramento coincidiu com a abertura solene do ano lectivo
(18-10-2001), porque estava bem ciente do significado institucional que a cerimónia
tinha, não pelo doutorado em si, mas justamente por todo o envolvimento que, desde
o início, Poitiers e Coimbra tiveram em incrementar um intercâmbio
internacional que se antevia ser mui relevante mais-valia. À família enlutada apresento os meus mais sentidos pêsames,
na certeza de que o testemunho de Jorge Veiga vai exemplarmente perdurar! Será
lugar-comum dizer que a Universidade ficou mais pobre; tenho, porém, de o
afirmar, por ser uma enorme verdade. Que descanse em paz! José d’Encarnação
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