A cidade romana de Tongobriga em exposição permanente Vale
a pena visitar a exposição permanente que visa complementar uma visita às ruínas
da cidade romana de Tongobriga (Freixo,
Marco de Canaveses). Dir-se-á,
para já, que o catálogo, coordenado pelo actual responsável pelo sítio, Dr. António
Manuel Lima, merece demorada leitura e constitui, aliás, um deleite para os
olhos também. Sob
o mote Mudar de Vida, escalonam-se
os capítulos em que se retratam as fases da vida humana: nascer (o princípio da
vida), sobreviver (assegurar a vida), viver (organizar a vida), desfrutar
(exaltar a vida), orar (pensar a vida), morrer (para além da vida)… António
Manuel S. P. Silva assina o capítulo que foca a transição - «do galaico ao
romano» - e os capítulos seguintes, a introduzir cada conjunto exposto, são da responsabilidade
de António Manuel Lima, Virgílio Hipólito Correia, Rui Morais, Maria Pilar Reis,
José d’Encarnação e Filipa Cortesão Silva, respectivamente. Mui
excelente apresentação gráfica, nomeadamente as ilustrações, de rara beleza. Logo
na capa, um medalhão monetário – um aureus
do imperador Galieno; depois, fíbulas anulares de bronze, decoradas; a pedra de
anel de Valéria, que serviu de sinete também; outra pedra de anel, de
cornalina, ostentando Apolo com sua cítara… Enfim, um regalo! 160
páginas em bom papel couché. Concepção e design editorial de Rui Mendonça, com
a colaboração de Noémia Guarda. Edição da Direcção Regional de Cultura do
Norte, apoiada nomeadamente pela Câmara Municipal de Marco de Canaveses. ISBN:
978-989-20-6864-0. Transcreva-se,
pelo seu significado como «guião» que presidiu à elaboração deste roteiro, o
texto da pág. 5: «Para
uns, o romano seria uma fonte de admiração. Transformar-se num deles seria uma
legítima aspiração pessoal. Para outros, uma inaceitável negação da sua identidade.
Para outros ainda, apenas uma estranha forma de vida. Para todos, em duas ou três
gerações, seria uma realidade. E, menos de um século, todas as resistências e inércias
seriam vencidas, E, do nascimento à morte, todas as etapas da vida estariam impregnadas
de romanidade». Um
entrecruzar de culturas que, hoje, mercê do instantâneo contacto que a todo o
momento temos a nível global, muito melhor logramos compreender do que o indígena
peninsular postado perante novas ideologias, novos trajares, novas formas de
encarar a existência. José d’Encarnação
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