No âmbito da divulgação da arqueologia ao grande público, o IAP propôs, e coordenou, a edição da última edição da revista bimestral "Visão História", dedicada desta vez à "A grande aventura dos mares" e nas bancas desde a passada sexta-feira.
Deixo-vos aqui a ligação para o índice deste número 37º:
"É conhecida a frase latina «Navigare necesse est» – navegar é preciso – glosada em poemas e canções. Durante séculos, sem transportes terrestres nem estradas dignas desse nome, a ligação entre pontos afastados do planeta era preferencialmente feita por mar. O tema da viagem marítima é inesgotável, com a associação a naufrágios, tesouros, dramas e aventura em geral. Por isso, o mais recente número da VISÃO História, o número 37, é totalmente dedicado às grandes aventuras nos mares. Só nas costas portuguesas estão documentados 6 mil naufrágios.
Com um grande capítulo dedicado às viagens da Carreira das Índias, aqui se revela o que já sabe sobre as naus portuguesas que faziam travessias de 20 mil quilómetros entre Lisboa e Cochim, como e com que materiais eram construídas estas embarcações e como era a vida a bordo.
Entre muitas outras histórias, recorda-se a ação dos piratas na costa portuguesa, as batalhas entre as frotas espanhola e inglesa ao largo dos Açores, o comércio para o Brasil e o naufrágio de Padre António Vieira.
Esta edição da VISÃO História foi feita em colaboração com historiadores e especialistas em arqueologia subaquática, entre os quais Alexandre Monteiro, arqueólogo náutico do Instituto de Arqueologia e Paleociências da Universidade Nova, e Filipe Castro, investigador e professor de Arqueologia Náutica na Texas A&M University, entre muitos outros.
Se não encontrar a VISÃO História nas bancas, pode encomendá-la através do telefone 21 469 88 01 ou na loja de
www.assineja.pt.
CÁPSULAS DO TEMPO
O triângulo Açores-Madeira-Continente detém, talvez,
a maior concentração a nível mundial de navios da época
dos Descobrimentos. À medida que vamos desvendando
os tesouros que o mar engoliu, conhecemos melhor
a nossa história trágico-marítima. Por Alexandre Monteiro
MERGULHAR
PARA RECONSTITUIR O PASSADO
Antes de 1960, a Arquelogia praticava-se
apenas em terra. A partir dessa data, o estudo
de navios naufragados restitui-nos uma parte importante da nossa História. Por Filipe Castro
DOS SINOS DE MERGULHO AOS ESCAFANDROS
Do primeiro teste com um sino de mergulho no Tejo ao aqualung de Cousteau, o escafandro autónomo democratizou o acesso às profundezas do mar. Episódios de uma breve história do mergulho,
em que não faltam «banhos de ar».Por Mónica Bello
MERGULHO TÉCNICO, MAIS FUNDO E MAIS TEMPO
Com equipamento mais especializado, o mergulho técnico permite, entre outras coisas, o estudo de navios naufragados. Por Paulo Costa
NAVEGAR
NA ANTIGUIDADE
Frequentado por fenícios, cartagineses e romanos,
o litoral português era particularmente
perigoso, o que é atestado pelos numerosos naufrágios aqui ocorridos. Por Vasco Gil Mantas
A CARREIRA DA ÍNDIA
Depois dos descobrimentos geográficos do século XV, os portugueses inaguraram, no início do século XVI, a Carreira da Índia. Espanhóis, holandeses, ingleses e franceses seguiram o exemplo, estabelecendo ao longo de três séculos um domínio comercial europeu no mundo. As frotas seguiam rotas fixas, determinadas pelos regimes dos ventos. Por Filipe Castro
MARÉ
DE PIMENTA NAS PRAIAS
DA ‘LINHA’
Foi tão aparatoso o naufrágio
da Mártires junto de São Julião da Barra que os destroços mais pareciam de uma esquadra inteira. Por Maria João Santos e Filipe Castro
O INFERNO DA VIDA A BORDO
A História fala-nos muito de viagens e de combates, mas pouco deixou registado acerca do dia-a-dia durante as longas viagens das naus da Carreira
da Índia. Tentemos colmatar essa lacuna. Por Tânia Manuel Casimiro
GLOSSÁRIO VISUAL
Um glossário visual das partes
componentes do aparelho de uma nau,
feito a partir de um desenho da Nossa
Senhora dos Mártires. Chama-se aparelho ao conjunto dos mastros, cabos e velas.
A partir do século XVIII, estas denominações foram alteradas
A CONSTRUÇÃO DOS BARCOS NO SÉCULO XVI
Como e com que materiais eram feitos os navios portugueses e espanhóis do século XVI?
BOM JESUS E OS VALIOSOS ‘PORTUGUESES’
Quando se afundou na Namíbia, a nau Bom Jesus, da armada da Índia de 1533, levava a bordo as valiosas moedas conhecidas como ‘portugueses’
O AFUNDAMENTO DO ‘REVENGE’ E DA FROTA ESPANHOLA DO OURO
Um dos maiores naufrágios em série ocorreu nos Açores em 1591, e seguiu-se à sangrenta batalha naquelas águas entre as armadas espanhola e inglesa, da qual a mais célebre vítima foi o famoso navio inglês que revolucionou a construção naval
VINTE E DUAS TONELADAS NO PORÃO DO NUESTRA SENHORA DEL ROSARIO
Impossibilitada pelo temporal de entrar
no Sado, a Nuestra Señora del Rosario naufragou com 22 toneladas de ouro e prata, no areal de Tróia. Por Sérgio Pinheiro
O COMBATE DA CHAGAS
O combate e o naufrágio da nau Chagas,
junto do Faial, formam um dos episódios ilustrativos da guerra entre e os corsários ingleses as naus
da Carreira da Índia
A COMPANHIA GERAL DO COMÉRCIO DO BRASIL
‘Condenada’ pela Inquisição, durou
apenas oito anos a primeira grande sociedade
de natureza anónima instituída em Portugal,
a Companhia Geral do Comércio do Brasil,
à qual está ligado o Padre António Vieira. Por Alexandre Monteiro
A atribulada travessia de Padre António Vieira
A BATALHA DE LAGOS
Um combate naval anglo-francês em águas
neutrais portuguesas gerou protestos de Paris
e complicações de vária ordem
PIRATAS, HÁ MOURO NA COSTA!
Durante séculos, as costas europeias, particularmente as ibéricas,
foram flageladas pelos piratas berberescos. Os ataques, as capturas,
os cativeiros, as torturas, as sevícias, as conversões, os resgates
e a corrupção foram realidades diárias e generalizadas. Por Alexandre Monteiro
CORSÁRIOS NO LITORAL PORTUGUÊS
Corso e pirataria são coisas distintas, mas nos
relatos e na tradição confundem-se. A costa portuguesa e as ilhas foram especialmente
flageladas nos séculos XVI e XVII. Por Marco Oliveira Borges
UM TESOURO
DE AVENTURAS
As histórias de ambiente marítimo, sobretudo
em torno das façanhas de piratas, continuam a ser
um género bem definido e com muitos apreciadores. Por Luís Almeida Martins
MERCEDES, O MAIOR TESOURO DE SEMPRE
A fragata espanhola Nuestra Señora de las Mercedes, afundada por uma esquadra inglesa ao largo do Algarve, desencadearia quase dois séculos depois uma mediática caça aos seus ricos despojos. Por Filipe Castro
A FOGUEIRA DE ‘PALLAS’
Terminou os seus dias nos Açores a primeira fragata da Royal Navy. Por essa altura, desenvolveu-se a nova técnica do forro de cobre
O SAQUE DO ‘NAVIO DAS CHITAS’
Muitos habitantes da pobre ilha açoriana de São Jorge vestir-se-iam
durante anos à custa dos destroços do lugre inglês Spindrift
A LOUCURA DE ‘MAD LLOYD’
Embora porto neutro, a Horta, no Faial,
foi palco de um violento combate entre três navios ingleses e um brigue dos recém-criados EUA
TRAGÉDIA EM ALCÂNTARA
Junto das esplanadas lisboetas das Docas continua submerso o navio que há 130 anos naufragou no Tejo, arrastando 32 pessoas para a morte. Por Paulo Costa
NEGÓCIOS DA CHINA
Navegando de Lisboa para Macau, a galera Correio da Ásia naufragou na costa ocidental da Austrália. O local está a ser alvo de estudos. Por Alexandre Monteiro
AFUNDADO NAS BERLENGAS
O episódio do navio de passageiros Highland Hope II ainda permanece na memória
dos habitantes de Peniche. Por Jorge Russo
OPINIÃO: FRANCISCO ALVES
A demissão do Estado na tutela do património subaquático"