Caros ArchportianosAcabei de ler uma petição para a salvaguarda das ruínas da cidade de Balsa.Quem teve ou tem paciência para ler o que vou escrevendo sabe perfeitamente que é um assunto que me preocupa desde há décadas.Portanto permito-me dizer, até por participar no projecto de minimização de impactes em curso, que Balsa não está, neste momento, a ser destruída, pela simples razão que o está a ser há pelo menos quarenta anos, sistematicamente.A estufas, com tudo o que possam trazer de mau, pelo menos deram lugar a um trabalho de investigação arqueológica, no cumprimento da Lei.O problema grave é que a única forma de proteger a área onde se situam as ruínas é proibir qualquer construção ou trabalho agrícola na zona delimitada - e, naturalmente, proceder a escavações sistemáticas- o que implica outro tipo de posição estatal (e verbas...).Lamento muito o que se passa em Balsa, até por razões familiares e de memória, mas a verdade é que nunca vi nenhum empenho real na defesa das ruínas, enquanto elas ainda estavam razoavelmente conservadas.Por outro lado, sem esquecer que se trata de um sítio de grande importância para a história da romanização do território português, não se repita que Balsa foi a maior cidade da Lusitânia portuguesa, como já se disse de outras, aqui e ali. O tamanho, neste caso, não interessa mesmo.Se a petição tiver algum êxito, congratulo-me, mas que não seja apenas para impedir as estufas. O que se precisa é de um projecto de investigação para Balsa (ruínas, epigrafia, materiais nos Museus, fontes literárias, prospecção na zona envolvente, arqueologia subaquática,...).CordialmenteVasco Gil Mantas
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