Caro Dr. Raul Losada
Agradeço as suas palavras e comentários sobre o que, como desabafo de dezenas de anos de impotente assistência à destruição de Balsa escrevi para o Archport.
Pode ter a certeza que me preocupa a destruição do sítio e nada do que escrevi pode ser considerado, aqui ou em relação a outros locais de interesse arqueológico, como uma defesa da destruição. Estou farto de ver destruir e perder coisas que me tocam pessoalmente.
Aliás, é curioso como as coisas podem ser interpretada, pois já fui criticado por ter recordado a destruição de uma Universidade alemã em 1944.
É claro que o que tem faltado em Balsa é vontade, por parte de quem a devia ter, de fazer cumprir a Lei, essa coisa estranha que em Portugal se escreve com letra pequena.
Quanto ao problema do tamanho, considerar que esse é um factor de valorização de um sítio arqueológico entra mais na categoria do Marketing que nos assola diariamente que no campo do rigor científico.
De tudo isto apenas se deduz, infelizmente, que o poder da arqueologia (ou dos arqueólogos), como um ilustre colega escreveu há uns anos, permanece uma ilusão. Tudo isto me magoa, e para tudo há um limite. Para quando o Projecto de Investigação Balsa?
Cordialmente
Vasco Gil Mantas