Museu Nacional de ARQUEOLOGIA O Museu Nacional de Arqueologia (MNA) possui um acervo de
muitos milhares, na verdade centenas de milhares, de objetos. Provêm eles de
intervenções arqueológicas programadas ou de achados fortuitos, mas também de
aquisições. As peças foram incorporadas por
iniciativa do próprio Museu ou por depósito e doação de
investigadores e colecionadores. Às coleções portuguesas acrescentam-se ainda
as estrangeiras, igualmente de períodos e regiões muito diversificadas. Todos
os períodos cronológicos e culturais, desde a mais remota Pré-História até
épocas recentes, relevando-se, neste caso, as peças etnográficas, estão
representados no MNA. O MNA é ainda o museu português que possui no seu acervo a
maior quantidade de bens culturais classificados como “tesouros nacionais”.
Existe, pois, motivo constante para a redescoberta das
coleções do Museu Nacional de Arqueologia e é esse o sentido da
evocação que fazemos, em cada mês que passa, em diálogo com o
diferente tipo de atividades que o mesmo desenvolve. Relevo Mitraico de Tróia Peça do mês de dezembro Sábado,
dia 17 de dezembro, às 15h30 A apresentar
por Cátia Mourão e
Filomena Barata Os Homens, desde remotas alturas, tiveram vários cultos
dedicados ao Astro-Rei, a maior luz do céu visível aos Humanos que rege a Vida
e o Tempo, motivo pelo que é, para muitos povos, um dos símbolos mais
importantes, sendo até venerado como um Deus ou encarado como manifestação da
divindade, entre muitos. Dezembro é o mês em que se marca o Solstício de Inverno,
que, de algum modo, se comemorava em Roma com as Saturnália, um festival em
honra de Saturno, divindade de origem grega. Celebrava-se no dia 17 de dezembro,
mas ao longo dos tempos, foi estendida a uma semana completa, terminando a 23
de dezembro. Também o deus Mitra, cujo nascimento era evocado a 25 de
dezembro, tal como virá a acontecer com o Menino Jesus, tinha uma forte relação
com o Sol. Este deus de origem oriental teve grande adesão junto dos
soldados romanos, ou seja os legionários, e também entre os funcionários
administrativos e comerciantes. Mitra, ou Mithras,
cujo nome significa "Amigo" em Sânscrito e "Contrato" em
Persa, era concebido como um deus luminoso que incitava os homens a seguirem o
Seu caminho, no combate pela Luz contra as Trevas. A sua Luz representa a
síntese da Luz do Sol e da Lua, e o domingo é o dia dedicado ao seu culto, ou
seja, o Dies Solis. No Ocidente, o seu culto acabou por confundir-se com o
do Sol Invictus, ou Sol
Invencível, pois verifica-se, em finais do século III, o sincretismo entre a
religião de Mitra e outros cultos solares de procedência oriental. É em finais dessa centúria, em 274, no reinado de Aureliano,
que atribuiu a Sol Invictus as
suas vitórias no Oriente, que se torna a sua religião oficial. O imperador
manda edificar em Roma um templo dedicado ao deus e foram incumbidos sacerdotes
de lhes prestar culto. O máximo dirigente deste era o pontifex solis invicti. O mitraísmo manteve-se, contudo, como culto não oficial,
havendo quem professasse, ao mesmo tempo, o mitraísmo e a religião do Sol Invictus. Quer na cidade romana de Tróia, Grândola, onde muitos
autores querem ver a sua representação num baixo-relevo, quer em Beja, quer,
naturalmente, na capital da província da Lusitânia romana, a cidade de Augusta Emerita (Mérida), como
comprova o aparecimento de esculturas entre as quais a Efígie de Mitra e a
inscrição dedicada pelo frumentário da Legio VII Gemina,Marcus Valerius Secundus, a Mitra, que
estiveram expostas na exposição "Lusitânia Romana. Origem de dois
povos/Lusitania Romana. Origen de dos pueblos", está comprovado o culto
mitraico, que se expandiu na Hispânia a partir de finais do século II – inícios
do século III d.C., a par de outros cultos orientais, tais como de Serápis,
Ísis, Cibele-Magna Mater.
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Peça do mês de dezembro.docx
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