Como já fora anunciado, é agora a
vez de esclarecer um pouco mais qual o conteúdo do nº 2 da série Bracara
Augusta - Escavações Arqueológicas.
Em dois substanciais volumes (um de
texto e outro de estampas), Autarcia e Comércio em Bracara Augusta, de
Rui Morais (Braga, 2005), apresenta-se, em subtítulo, como «contributo
para o estudo económico da cidade no período alto-imperial». E é dedicado
à Dra. Manuela Delgado, sem dúvida a grande alma dos estudos cerâmicos naqulea
cidade (e não só).
Depois de uma breve análise da
geografia económica, do inevitável capítulo sobre a «origem e
evolução da cidade», encerram a I
parte 30 páginas dedicadas ao comércio e aos meios de transporte utilizados,
integrando-os no contexto peninsular e chamando a particular atenção para a
inscrição dedicada ao senador C. Caetronius Miccio, que, na sua
qualidade de legado do imperador na Hispânia Citerior, especialmente encarregado
de cobrar, para o erário, os impostos que há muito andavam por cobrar
(!!!), é - mui judiciosamente - homenageado pelos cives Romani que
negociantur Bracara Augusta, ou seja, pelos cidadãos romanos que em Braga
tinham seus negócios. Aliás, a epigrafia também é chamada a depor
para uma referência ao Genius Macelli, a divindade que protegia o
mercado bracarense.
E a II parte da obra é,
necessariamente, a viagem circunstanciada pelos materiais cerâmicos provenientes
das escavações: ânforas e almofarizes, cerâmicas finas de mesa, lucernas - tudo
numa perspectiva de se saber também donde eram os fabricos, muitos de origem
local, naturalmente.
Do consulta, doravante,
obrigatória? Nem se pergunta! Que estudo era este há muito tempo
esperado!
José d'Encarnação
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