[Archport] Podres?...

["Joao Gomes" <jpagomes@gmail.com>]

Cumprimentos (e não comprimentos como se leu para aí!),

 

"...Continuo a pensar que a Arqueologia está podre, muito podre"...

 

Esta foi a frase de Rogério Estáquio no archport.

 

Caro colega,

 

Embora este não seja um local de inteiro rigor noticioso, agradeço a gentileza de partilhar esta informação de última hora.

 

Deixe-me apenas fazer-lhe um pequeno reparo. Julgo que a palavra podre se deva aplicar à fruta ou ao peixe, por exemplo. E fruta podre só a come quem quer! Não é assim!?... Julgo que ninguém anda vender "Kunamis" arqueológicos  (relembrando a já célebre frase do grupo humorístico Gato Fedorento). Porém, acho que o senhor tem o direito de vender o peixe que quiser...

 

Mesmo que tivesse dito que a Arqueologia não está praticada da maneira correcta e de acordo com o rigor científico que se desejaria, ver-me-ia, ainda assim, obrigado a discordar - também me é concedido esse direito. Embora isso aconteça por vezes, sabemos que sim, sempre se vão conseguindo desenvolver alguns estudos científicos de qualidade, estudos esses que nem sempre têm apoios financeiros.

 

Imagine o senhor que há pessoas que conseguem redigir teses de mestrado e de doutoramento, algumas com míseros apoios financeiros, e que, ao mesmo tempo, preenchem relatórios de acompanhamentos e/ou de escavações; vão a congressos; escrevem artigos... 

 

Calcule que alguns daqueles relatórios, pasme-se, chegam a estar prontos, quais três anos, três semanas depois. Vezes há que demoram três dias a serem entregues...! Depois de tudo isto, algumas dessas pessoas pagam a renda da casa, e levam os miúdos à escola (alguns arqueólogos também contribuem para a natalidade nacional!).

 

"E esta heim!..."

 

Bem, basta de conversa de mercado. De volta ao trabalho!

 

Saudações Geoarqueológicas

 

João Araújo Gomes

(Arqueólogo)

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