Cleópatra e outras...
Caros amigos da Archport
Surgiu há dias com grande destaque mais uma descoberta "sensacional". Afinal Cleópatra não era uma beleza, contrariamente ao que sempre se pensou, isto de acordo com uma moeda em que se representa a efígie da famosa Cleópatra VII, a última da uma famosa linhagem da Dinastia Macedónica (Lágida) do Egipto.
Ora bem, a verdade é que esta moeda é conhecida há muitos anos, o que leva a perguntar qual o objectivo desta operação de marketing. Provavelmente a necessidade absoluta de aparecer, de ser comentado, visto, falado, etc, etc. Esta discussão, afinal fútil, sobre a beleza da rainha egípcia também não é novidade nenhuma.
Quanto à fantasia que é a identificação física de Cleópatra com célebres actrizes, não apenas Elizabeth Taylor, mas também outras de quem já ninguém se lembra, como Claudette Colbert e a fabulosa Vivian Leigh, deixemo-la para os estudiosos do cinema e também para os que, como
eu, têm saudades dos bons tempos do peplum e do cinema sem pipocas.
A História Antiga e a Arqueologia estão sob uma investida de vulgarização sem qualidade e de inaceitáveis operações ditas estratégicas, que, maioritariamente, mais não visam que apreender públicos, logo, verbas.
Já agora, alguém se interrogou sobre a evolução dos padrões de beleza? Basta olhar as senhoras de Rubens ou de Boucher, ou a Vénus de Arles, retocada para ficar ao gosto da corte do Rei Sol, para que se compreenda toda esta infantilidade intelectual. Até porque quem o feio ama, bonito lhe parece...
Cordialmente
Vasco Gil Soares Mantas
(FLUC)
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