NÚCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS DO PATRIMÓNIO
CONFERÊNCIA
QUEBRA-NOZES E CHIMPANZÉS:
CONSTRUINDO PONTES ENTRE A ARQUEOLOGIA E A
PRIMATOLOGIA –
INVESTIGAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM EVOLUÇÃO
HUMANA
POR
SUSANA CARVALHO
CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA,
MESTRE EM EVOLUÇÃO HUMANA PELO DEPARTAMENTO
DE ANTROPOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA,
MEMBRO DA EQUIPA INTERNACIONAL DE
BOSSOU-NIMBA DA UNIVERSIDADE DE QUIOTO, JAPÃO
18 DE JUNHO DE 2007
ANFITEATRO 1
16H30
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA
AV. DE BERNA, 26-C
1069-061 LISBOA
METRO: CAMPO PEQUENO E PRAÇA DE ESPANHA
COMBOIO: ENTRECAMPOS
ENTRADA LIVRE
APOIOS:
FCSH-UNL
AEFCSH
INFORMAÇÕES:
estudospatrimonio@gmail.com
93 863 21 28; 93 663 65 64
A aplicação de métodos da Arqueologia à Primatologia amplia
o conhecimento sobre a cultura material dos Chimpanzés e, consequentemente,
sobre a Evolução Humana. Nas regiões de Bossou e Diecké, Guiné Conakry, África
Ocidental, a autora observou pela primeira vez cadeias operatórias (a
tecnologia como processo faseado em várias etapas) no aproveitamento de
utensilagem lítica por chimpanzés (Pan
troglodytes verus) no seu habitat natural. Por via da combinação de
métodos arqueológicos e primatológicos, foi identificada diversidade regional
entre os conjuntos líticos observados. O tipo de matéria-prima, a sua
disponibilidade e a mobilidade das ferramentas são indicados como possíveis
constrangimentos ecológicos para o desenvolvimento tecnológico em primatas
humanos e não-humanos. Além disso, foi possível encontrar um padrão de três
tipos de estratégias de exploração de recursos, com afinidades relativamente às
estratégias dos hominídeos Olduvaienses.
Esta investigação,
no âmbito do projecto mais alargado em que se insere, que procura encontrar e
explicar as origens evolutivas das primeiras tecnologias veio colocar na ordem
do dia a discussão sobre a proximidade entre o género humano e os primatas
não-humanos mais próximos, afastando-se cada vez mais a ideia de que existem
comportamentos que nos são exclusivos, como seja a própria planificação
tecnológica. A questão não podia ser mais premente: a partir de que momento
somos humanos?