As I Jornadas de Portas Abertas «Monte Molião» dão
hoje a conhecer a toda a população de Lagos a história dos povos que ocuparam
aquela zona do concelho, desde finais do século IV antes de Cristo até
inícios do século II d.C. As Jornadas, abertas a todos os interessados,
decorrem esta quinta-feira, dia 30, no Salão Nobre da Câmara Municipal
lacobrigense.
As escavações arqueológicas, realizadas desde há dois anos, numa
parceria da autarquia com a Universidade de Lisboa, ajudaram a desenterrar um
passado bem longínquo, levantando a ponta do véu sobre os segredos da
Laccobriga referida pelos autores antigos.
As jornadas, organizadas pela Câmara de Lagos e pela Unidade de Arqueologia
da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (Uniarq), pretendem
apresentar publicamente os resultados dos trabalhos de investigação que têm
estado a decorrer.
«Nestas jornadas, vamos transmitir, com uma linguagem menos técnica, a toda a
população, os conhecimentos que estamos a adquirir. Queremos que as pessoas
compreendam que a arqueologia nos permite saber mais sobre o nosso passado
histórico», explicou ao «barlavento» Elena Morán, arqueóloga da Câmara de
Lagos.
As campanhas de escavações arqueológicas do Monte Molião, que se iniciaram no
ano passado, têm sido um sucesso.
«A grande surpresa destas escavações é que as estruturas encontradas estão
bem conservadas, num alçado de 1,5 metros de altura. Temos ruas, prédios, e
estruturas comunitárias, como os fornos», explicou Elena Morán.
Hoje de manhã, das 10 às 13 horas, serão apresentados os resultados dos
diferentes trabalhos arqueológicos.
À tarde, às 16 horas, haverá uma conferência com o professor espanhol Oswaldo
Arteaga que tem realizado trabalhos de investigação na costa de Málaga, num
sítio contemporâneo de Monte Molião.
No final das jornadas, às 17h30, toda a população está convidada para visitar
a estação arqueológica do Monte Molião e ver in loco o que as escavações
puseram a nu.
A participação nestas jornadas é gratuita e o transporte até ao local é
disponibilizado pela autarquia.
Ao abrigo do protocolo assinado pela Câmara de Lagos e pela Uniarq, as
escavações vão continuar no próximo ano.
«Vamos alargar as áreas e escavar até ao subsolo, deixando visíveis todas as
estruturas. Assim será possível ver as ruas e os prédios», revelou a
arqueóloga Elena Morán.
Será também feita uma campanha de restauro de «algumas estruturas
encontradas, como os fornos, para que no futuro se possa valorizar o Monte
Molião, abrindo-o a visitas», esclareceu.
30 de Agosto de 2007 |
10:18
mara
dionísio
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