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Localização
da antiga cidade romana de Balsa |
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Vestígios da cidade de Balsa vão ser investigados
através de métodos de leitura do subsolo. Investigações incidem em
terrenos privados, mas tecnologia é rápida e não
intrusiva.
TEMAS: Arqueologia
A Câmara Municipal de Tavira vai avançar com a
realização de novas sondagens arqueológicas na Quinta da Torre d?Aires, na
localidade da Luz de Tavira, de forma a aprofundar o conhecimento sobre a
antiga cidade romana de Balsa.
As investigações, que se irão
realizar até ao final deste ano, vão utilizar uma tecnologia inovadora e
baseada na leitura do subsolo ? como se de uma ecografia se tratasse ? e
as imagens podem posteriormente ser guardadas ou
impressas.
Contactado pelo «barlavento», Carlos Toscano, chefe da
Divisão de Património e Reabilitação Urbana da Câmara de Tavira, explica
que, apesar de já ter sido realizada muita investigação sobre Balsa, tal
«nunca foi feito de uma forma tão extensa e capaz de registar, em termos
físicos, tudo o que aparece no subsolo».
Ao contrário de uma
escavação arqueológica normal, onde a paciência e tempo são aliados, numa
prospecção geofísica o factor rapidez é o principal requisito, «de tal
forma que, em pouco mais de um dia, é possível fazer a análise de cerca de
cinco mil metros ou meio hectare», explica Carlos Toscano.
As
prospecções geofísicas a realizar em Balsa podem ser geomagnéticas ou
através de georadar, conforme a morfologia do terreno, mas o objectivo
será sempre o mesmo: recolher o máximo de informação possível, com um
baixo grau de intrusão.
Segundo o responsável pela Divisão de
Património da Câmara de Tavira, «a evolução no conhecimento sobre Balsa
permitirá tomar melhores decisões em termos de intervenção naquela área».
Numa fase posterior, servirá inclusivamente para unir entidades
públicas, investigadores e proprietários em torno da preservação daquele
sítio arqueológico.
Uma
cidade perdida até ao século XIX
Os vestígios de Balsa
situam-se em pleno Parque Natural da Ria Formosa, entre Luz de Tavira, a
ria e Pedras d'El-Rei (Santa Luzia).
A cidade chegou a ser a mais
importante do Algarve e uma das maiores da Lusitânia, com 45 hectares de
superfície, tornando-a, à data (século II), maior que Faro (Ossónoba),
Lisboa (Olissipo), Conímbriga e Huelva (Onoba).
A memória do sítio
de Balsa perdeu-se, contudo, até ao século XIX, altura em que foi
descoberta com os alicerces quase intactos, mas intervenções recentes na
Quinta da Torre d?Aires arruinaram irremediavelmente muito daquele
património.
Uma das principais investigações sobre o tema foi
realizada por Luís Fraga da Silva, a quem se deve a edição de um extenso
livro dedicado àquela que chegou a ser a capital do Algarve Oriental na
época romana.
Rica em fotografias documentais e gráficos, a obra
«Balsa, Cidade Perdida» relata factos como a ascensão e declínio de Balsa
e descreve como se organizavam as principais actividades comerciais da
cidade, baseadas na indústria da conserva de peixe e no comércio de
cerâmicas.
5
de Outubro de 2007 | 10:56 Filipe
Antunes |
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