A Rede Eléctrica Nacional (REN) vai alterar o
traçado previsto da linha de muito alta tensão entre Portimão e Tunes, no
Algarve, de forma a salvaguardar vestígios arqueológicos existentes em
Vale Fuzeiros, anunciou a empresa.
TEMAS: Arqueologia
Artur
Lourenço, director coordenador da REN,
adianta que a empresa "tomou hoje conhecimento de um despacho do
Secretário de Estado do Ambiente concordando com um novo traçado para a
linha Portimão-Tunes que tem em conta a diminuição do impacto sobre a zona
onde foram recentemente encontrados vestígios
arqueológicos".
"Assim, a REN fica a aguardar autorização para
aquele novo traçado, que já não atravessará Vale Fuzeiros", refere a
empresa.
O traçado da linha de muito alta tensão tem sido
fortemente contestado por moradores do concelho de Silves, que iniciam
terça-feira uma greve de fome e uma vigília junto ao Palácio de
S. Bento,
em Lisboa.
"Vamos iniciar uma greve de fome e uma vigília, em
protesto contra o traçado Sul apresentado pela REN", assegurou
Sérgio
Santos, da associação de moradores de Vale
Fuzeiros.
A nova linha aérea de muito alta tensão entre
Portimão/Tunes 3/Portimão - Tunes Norte, 150/400 KV, e reforço do troço
final da linha Ourique/Tunes, 150 KV, tem uma extensão de mais de
40
quilómetros e visa reforçar o abastecimento
eléctrico ao Barlavento algarvio.
Segundo Sérgio Santos, a acção de
protesto "integra pessoas de várias nacionalidades, proprietários de
terrenos afectados pela passagem da linha de muito alta tensão", daquele
concelho algarvio, e segue-se a uma outra que decorreu no início do mês
junto às instalações da REN, em Lisboa.
"Não desistimos de lutar
pelos nossos direitos, até que o traçado seja alterado de acordo com as
nossas pretensões", garantiu aquele representante dos moradores, que disse
esperar que à concentração de terça-feira, se juntem "populações do País,
afectadas pela proximidade de linhas de alta tensão".
O traçado Sul
escolhido inicialmente pela Rede Eléctrica Nacional para a nova linha
aérea de muito alta tensão, afectava um total de 299 proprietários de
terrenos do concelho algarvio de Silves, que além dos problemas de saúde,
apontam "a morte de toda a actividade turística e agrícola" na zona, e
propõem como alternativa um outro traçado, mais a Norte.
22
de Outubro de 2007 | 21:40 lusa |
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