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Re: [Archport] As Boas Festas do Igespar

Subject :   Re: [Archport] As Boas Festas do Igespar
From :   "Alexandre Monteiro" <alexandre.monteiro@gmail.com>
Date :   Sat, 29 Dec 2007 16:47:16 +0000

Em primeiro lugar, dever-se-iam discutir as premissas e não as pessoas. Ou seja:

1) que património temos ou suspeitamos ter? e que queremos nós (povo,
através dos seus representantes, Governo e técnicos especializados)
fazer com ele? conservá-lo? arrasá-lo para construir por cima?
continuar a votá-lo ao abandono e à degradação? enterrá-lo e
protegê-lo em terra de ninguém para memória (e estudo) futuro?
estudá-lo por amostragem? definir quais as ameaças que pendem sobre
ele, sabendo que todos e quaisquer vestígios arqueólogicos são
recursos únicos e finitos?

2) que políticas culturais - de estudo, de salvaguarda, de
investigação, de musealização, de divulgação - para esse mesmo
património temos?

3) existindo essas políticas (orientações, quadros legislativos,
livros brancos, livros negros, etc.) serão elas suficientes? adequadas
aos objectivos por nós, povo, definidos no ponto 1)?

acho que só depois de um debate, sério, científico, ponderado e
responsável, que envolva autarquias, parques naturais, museus,
universidades, arqueólogos e quem quer que se interesse (ou tenha
interesses) pelo património é que se poderá saber quantas pessoas, e
com que perfil, e para onde, é que serão necessárias empregar... e uso
aqui o termo empregar no sentido de "proporcionar trabalho" e não no
de "nomear para uma função".




Em 29/12/07, rudolfo_dias@iol.pt<rudolfo_dias@iol.pt> escreveu:
> Não querendo ser mauzinho, sobretudo nesta quadra que deveria ser festiva, e nem querendo desejar qualquer mal aos visados, apenas tenho a concluir que, para muitos desses "avençados" (estranho termo...) com o ex-IPA, talvez tenha chegado a altura de cairem na realidade da outra Arqueologia - a privada ou empresarial, como quisermos apelidá-la.
>
> Quando tanto se tem falado - aqui ou em qualquer local -, há já longos anos, de recibos verdes e hiper-precaridade das condições de trabalho no sector privado da arqueologia, muitas dessas pessoas "avençadas" ou mesmo já "enraizadas" nos seus públicos lugares assobiaram para o lado (um pouco à semelhança dos professores efectivos, confrontados com a não-colocação de milhares de professores contratados...). Muitas sequer até tiveram a sorte de nunca terem passado por isso, ainda que durante curto tempo, mal saíram dos bancos da Faculdade!
>
> Assim, espero que, com esta situação, se dê razão ao ditado "Há males que vêm por bem", e que se comece a ver a questão de precaridade e da flexigurança arqueológica com outros olhos, sem distinção de sectores.
>
> Bom Ano de 2008, e, sobretudo, coragem a TODOS os VERDADEIROS arqueólogos, públicos ou privados, para as adversidades e obstáculos com que se defrontarem.
> _______________________________________________
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