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Re: [Archport] Biblioteca do IPA

To :   antonio monge soares <amsoares@itn.pt>
Subject :   Re: [Archport] Biblioteca do IPA
From :   Telmo Pereira <telmo-pereira@iol.pt>
Date :   Thu, 10 Jan 2008 19:48:19 +0000 (GMT)

Reconheço que talvez não tenha sido feliz. Foi um desabafo. Nestas discussões escritas procuro abster-me de "à partes", mas desta vez não me contive. Por essa razão e por ter contribuído para o ruído, peço desculpa e agradeço o reparo.

 Mas quero aproveitar para dizer que, apesar da razão e preocupação que temos demonstrado, reconheço que a posição do Professor Cunha-Ribeiro não é fácil. Ele é responsável (e a cara) da área do IGESPAR que parece destinada ao esvaziamento, está submetido a uma hierarquia, tem uma séria desorçamentação e nem a decisão de quem fica ou sai lhe compete. Ainda por cima, é-lhe impossível dispensar os funcionários do quadro não produtivos ou cujas funções são pouco pertinentes e substitui-los pelos avençados de que precisa todos os dias, como é o caso dos informáticos. Era essencialmente isto que eu queria dizer.

 

Gostei que ele não se tivesse demitido. A auto-demissão nos maus momentos incomoda-me profundamente, sendo o caso mais paradigmático o de Jorge Coelho a quando da queda da Ponte Hintze Ribeiro. Em menos de 12 horas,  soube da notícia, demitiu-se e declarou não ter nada a ver com o assunto porque já não era ministro.  O João Pedro Ribeiro é o responsável pela arqueologia do IGESPAR neste tempo de "vacas magras" e continua a trabalhar e a negociar, dentro de grandes limitações e pressões a fim de resolver as coisas da melhor forma possível, segundo a estratégia que lhe parece ser a melhor e que lá vai tendo alguns resultados, mesmo que pequenos e "ás pinguinhas". Basicamente, "Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão." Obviamente que, devido ao seu cargo politico, ele é o alvo das críticas a que também eu me junto.

 

Mantenho a minha ideia: devemos organizar-nos no sentido de criar alternativas ao crescente esvaziamento e assegurar que a regulação da arqueologia tenha uma estratégia coerente a longo prazo e não esteja tão exposta à volatilidade da política, a orçamentos ministeriais e até à existência ou não do Ministério da Cultura. Neste caso, a passagem de parte das responsabilidades do IGESPAR para a Ordem até podia ser algo que, a ser bem feito, podia beneficiar e agradar às duas partes. Lembro o Artigo 2º (Definições), do Projecto-Lei 384/07:

 

1. "Para efeitos deste diploma consideram-se associações públicas profissionais as entidades públicas de estrutura associativa representativas de profissões que devam, cumulativamente, ser sujeitas ao controlo do respectivo acesso e exercício, à elaboração de normas técnicas e deontológicas específicas e a um regime disciplinar autónomo."

 

Por um lado, os políticos - desconhecedores da matéria - livram-se de uma substancial parte de um problema com o qual claramente não sabem lidar; por outro lado, os arqueólogos ganhavam uma margem de manobra e decisão sobre a sua área técnico-científica. Pode estar longe de um cenário teórico desejável mas poderá estar perto de um cenário prático que funcione.

 

Telmo Pereira



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