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Re: [Archport] Há ou nao há trabalho para os arqueólogos?

Subject :   Re: [Archport] Há ou nao há trabalho para os arqueólogos?
From :   "Joao Paulo Pereira" <Joaop@inag.pt>
Date :   Tue, 4 Mar 2008 09:54:10 -0000

Fiscalização para situações relacionadas com o relações laborais é com a Inspecção Geral do Trabalho ...

Aqui o IGESPAR não mete o bedelho.

João Paulo Pereira
 
Nota: Esta mensagem não implica qualquer compromisso de qualquer tipo da instituição.

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To :   <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Há ou nao há trabalho para os arqueólogos?
Date :   Tue, 4 Mar 2008 00:16:16 -0000

Boa noite
Em primeiro lugar, peço desculpas mas a placa de rede do meu computador 
decidiu que nao trabalha mais, assim que estou com um portatil espanhol, com 
teclado espanhol e sem acentos portugueses.
Hoje, depois de falar com alguns amigos e de ver de novo algumas mensagens 
desta lista de correio achei interessante levantar mais uma questao. Os 
arqueologos aceitam trabalhar por miserias porque nao há trabalho para todos 
os arqueólogos? Sinceramente, nao concordaria com esta opiniao. Nao estou a 
ver aos arqueologos junto do pelourinho de uma vila, à espera que chegue o 
empresario explorador, como se fosse o terratenente de outros (espero) tempos, 
a dizer, tu hoje trabalhas, tu hoje nao trabalhas.
De facto, as conversas que eu tenho com amigos de outras empresas (de empresas 
que pagam ordenados, estadias etc) e que é muito dificil arranjar arqueólogos 
ou assistentes para trabalhar. Se for assim só vejo duas hipóteses.
1.- De facto nao ha desemprego para os arqueólogos e assistentes de arqueólogo 
deste pais (o que ganhem ou nao, é outra historia).
2.- Existe uma falta de canais de comunicaçao entre as empresas e os 
arqueólogos e assistentes, que faz que haja pessoas a procura de trabalho e 
empresas que procuram arqueólogos e que nao encontram trabalhadores.
A minha sensaçao é que nao há falta de trabalho. Conheço assistentes, alguns 
já arqueólogos (parabens Rui), que trabalham  e nao aceitam trabalhar por 
miserias. 
Se outros trabalham por pouco dinheiro sera por vontade própria?. Muitas veces 
será falta de informaçao. Outras veces será que estao mal informados e mal 
aconselhados. 
Compreendo perfeitamente a situaçao de um rapaz o de uma rapariga que sai da 
faculdade, sem experiência, apenas com algumas semanas de trabalho em 
escavaçoes, com vontade de trabalhar e chega uma oportunidade. Uma escavaçao, 
um acompanhamento, tudo bem, é pouco dinheiro, mas é curriculum. E faz o 
trabalho. 
Mas, a realidade é que nao e suficiente com vontade. Que os arqueólogos neste 
pais, pelo menos pelo que eu conheço, nao saem da Universidade com capacidade 
para dirigir um trabalho arqueológico. E, é melhor dizer as coisas como sao. 
Este trabalho é um trabalho profissional que se enquadra dentro de uma 
realidade complexa. Nao se pode soltar a un miudo perante engenheiros de uma 
obra ou de uma fiscalizaçao, ou até de outros arqueólogos, que evidentemente 
vao cheirar o medo e a insegurança do arqueologo e fazer que passe uma vida 
bem dificil.
Como é que se pode dar uma soluçao? Com mais fiscalizaçao? Acham que com o 
numero de arqueólogos do IPA e do IPPAR se pode conseguir fazer melhor?. Vamos 
a ser serios. Alguem consegue fazer melhor do que os arqueólogos que estao 
sozinhos nas extensoes territoriales? Mesmo levando o trabalho a casa e 
trabalhando 72 horas por dia nao poderiam resolver o problema. As 
universidades? Nao sei, nao conheço a Universidade Portuguesa por dentro, só a 
conheço pelos seus resultados em forma de arqueólogos e nao é bem distinta à 
espanhola. Só quando a Universidade compreenda que o papel dos arqueólogos na 
sociedade nao é o da investigaçao e os trabalhos de verao, é que poderemos 
começar a falar. 
Gostaria imenso que este papel de informaçao e de apoio aos arqueólogos 
partisse da APA, mas acho que é dos próprios arqueólogos que tem de sair a 
soluçao.

Sinceramente nao acho que se esteja a falar de ganhar 2000 euros. De nada 
serviria ganhar 2000 euros ou 3000 se as despesas sao de 2500 ou de 3500. 
Estamos a falar de outras coisas. De poder ganhar a vida de forma honrada com 
um trabalho profissional. De poupar algum dinheiro, mesmo que seja pouco e de 
poder dormir todas as noites a pensar: fiz um bom trabalho. De ter condiçoes 
de poder fazer um trabalho profissional  com os medios adequados.
Deve ser que hoje era o dia dos meus anos e que tinha saudades das minhas 
revolucionarias Asturias. Promero nao chatear mais nos proximos meses. 
Cumprimentos
Jorge Menéndez




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