Segundo informações fidedignas que correm na cidade da Guarda, a única casa de projecto assinado por Raul Lino, acaba de ser adquirida com a intenção manifesta de vir a ser demolida. Cumpre-nos, pois terçar armas para que tal não aconteça, exigindo da autarquia urgente actuação no sentido da preservação de um imóvel do maior interesse histórico-cultural. E que se aproveite a oportunidade para lançar mão à classificação de outros edifícios do Centro Histórico que constituem o encanto desta cidade altaneira. Convido-a(o), pois, a endereçar ao Sr. Presidente da Câmara - presidente@mun-guarda.pt - uma carta mais ou menor do teor da que abaixo se transcreve e que poderá copiar e enviar em e-mail próprio (procure não fazer reencaminhamento). Antecipadamente grato pela colaboração
J. d'E.
................................. Exmo. Senhor Joaquim Carlos Dias Valente Dig.mo Presidente da Câmara Municipal da Guarda Arquitecto de referência, que deixou obra notável em vários pontos do País, sempre tendo o cuidado de integrar os edifícios no ambiente para que os gizara, Raul Lino merece de todos reconhecido carinho. Por isso, no âmbito dos Planos Directores Municipais, as câmaras que têm a dita de possuir no seu território um só que seja desses edifícios, não hesitam em o classificar como imóvel de interesse municipal e de requerer para ele toda a atenção no que concerne à sua envolvente e, de modo especial, à salvaguarda da sua integridade e traça original.
Tal, Sr. Presidente, decerto à sua revelia, não está a acontecer no seu
Município, onde acaba de ser vendida a única casa ?raulina?, datada de 1920 e situada na Rua Batalha Reis, na
intenção anunciada de rápida demolição para, em seu lugar, nascer mais um
condomínio privado, em pleno centro histórico da cidade. Sabe V. Ex.ª que essa moradia se inscreve, como acentuou Pedro Viana de Almeida, na ?fase mais rica e inovadora? da obra daquele arquitecto e constitui um bom exemplo de integral obediência à sua doutrina estética. Recordar-se-á ainda que o processo de classificação desse imóvel se iniciou em 1997 e que, entretanto, o interior da casa ardeu, embora ainda se mantenham intactas as suas estruturas arquitectónicas. Por isso, após ter revogado, em 20/4/2007, o anterior processo, a subdirectora do IPPAR, Andreia Galvão, teve o cuidado de, logo a seguir, em carta endereçada, a 27/4/2007, à Câmara a cujos destinos V. Ex.ª preside, solicitar que de imediato se promovesse a classificação da moradia como Imóvel de Interesse Municipal. Tal não foi feito, como sabe, e a sua recente venda nada augura de bom, pois consta à boca cheia que o seu destino é? a demolição pura e simples! Como não podia deixar de ser, Senhor Presidente, o que lhe solicitamos é que a Câmara: − retome, com carácter de urgência, o processo de classificação do imóvel; − aproveite a oportunidade para arrolar os imóveis merecedores de serem conservados, históricos, artísticos ou que tenham a ver com a história da cidade, de forma que não se descaracterize mais o centro histórico da cidade; − estude o seu Executivo, quanto antes, a elaboração de um conjunto de medidas que eficazmente controlem o ?domínio do betão e dos empreiteiros?. Certo de que não deixará de atender a esta petição, apresento-lhe, Sr. Presidente, os melhores cumprimentos
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