Remete-se a notícia do JN de 13.04.08 referente ao debate "Condições Laborais na Arqueologia: balanços e perspectivas" realizado no passado sábado no Ateneu de Coimbra.
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de 40 arqueólogos defenderam, ontem, em Coimbra, a criação de uma ordem
ou sindicato mais representativo do sector. Quantos arqueólogos
trabalham e como trabalham, foram as questões sobre as quais
reflectiram os profissionais da arqueologia num debate organizado pela
Secção de Arqueologia do Ateneu de Coimbra.
Representados apenas pela Associação Portuguesa de Arqueólogos (APA) e
pelos sindicatos da Função Pública, os arqueólogos consideram ter
chegado o momento de se mobilizarem e unirem, enquanto classe, para em
conjunto poderem encontrar soluções perante a precariedade que
enfrentam na vida activa.
Durante o debate ficou claro que actualmente existem dificuldades para
desenhar o retrato robot de um arqueólogo em Portugal. Maria José
Almeida, presidente da APA, procurou esclarecer os presentes que a
situação de precariedade que enfrentam os arqueólogos que trabalham a
recibos verdes como falsos empresários, avençados ou com contratos a
termo que se prolongam por anos, tem feito com que estes profissionais
se remetam ao silêncio e não reivindiquem direitos e deveres inerentes
à profissão.
O universo de pessoas inscritas na associação, acima de 350, está longe
de representar o sector de actividade que nos últimos anos, dizem, tem
sofrido um enorme revés com o facto de o Estado e o Poder Local não
apostarem numa política coerente relacionada com a preservação do
património.
Mesmo com um cenário pouco animador, ainda existem no país 47 empresas
ligadas à arqueologia que também atravessam momentos difíceis dada a
falta de investimento e projectos públicos.
Os arqueólogos reconhecem, como referiu ao JN Miguel Serra, empresário
do ramo, que "ao longo dos anos os arqueólogos viveram demasiado
voltados para si".