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[Archport] Equipas técnicas e afins

Subject :   [Archport] Equipas técnicas e afins
From :   Carlos Filipe dos Santos Delgado <cdelgado.templo@netc.pt>
Date :   Mon, 26 May 2008 11:28:27 +0100

Prezado Sr. Alexandre (de apelido desconhecido)

  1. As relações de trabalho são como as moedas: têm duas faces – a dos empresários/empregadores e a dos assalariados/funcionários. Contrariamente a uma certa ideia generalizada, e na minha modesta opinião, ambos os lados pertencem, idealmente, à classe dos “trabalhadores”, e ambos necessitam uns dos outros.
  2. Sugerir que os «"assalariados" (…) se devem transmutar eles próprios em "empresários", livrando-se assim das grilhetas dos trabalhos mal remunerados e da escravidão das más condições laborais...», é incorrer numa falácia sem sentido. Isto porque a melhor resposta a uma dada situação negativa não é, por um lado, fingir que ela não existe, ou, por outro, oportunamente “saltar de barricada” para a situação supostamente mais vantajosa.
  3. Também alegou uma certa facilidade em ser-se empresário “na hora”. Pessoalmente, contrario a sua opinião, uma vez que acho que até devia ser mais difícil ser-se empresário em Portugal! Empresário devia ser quem tem capacidades para tal, assumindo os seus riscos e as suas responsabilidades sociais, ao mesmo tempo que se assumem os devidos e merecidos benefícios. Em termos comparativos, qualquer um tem o direito natural de vir a ser progenitor, mas nem todos têm capacidade e mesmo mérito para ser pai. Logo, nem todos deviam ter essa possibilidade, se soubessem reflectir sobre as suas limitações…
  4. Por outro lado, se existem pessoas com claras capacidades de empreendedorismo e dinamismo empresarial, outras, ao invés, possuem evidentes capacidades académicas, técnicas e profissionais (no caso presente, na área da Arqueologia e Património). Terão elas, também, de se tornar empresárias, só para fugir à malfadada precariedade laboral? Em última análise, o que o senhor parece defender, então, é tornar cada português num empresário. Nessa altura, então, quem é que iria ter a disponibilidade para ter uma vida digna de artista de circo, sacrificando e adiando constantemente a sua vida pessoal e familiar? Além disso, essa lógica de “saltar a barricada” nem sequer tem dado os melhores frutos, como se pode verificar pela contínua pulverização do mercado da Arqueologia.
  5. Em suma: as palavras que mais insisto em repetir nestes momentos de discussão são “Responsabilidade” e “Exigência”. Não gosto de exigir responsabilidades aos outros sem primeiro as exigir a mim próprio… como assalariado ou como empresário. Gostaria que todos se guiassem pelos mesmos princípios, mas as provas estão à vista, nesta área de actividade como noutras neste País.

Saudações a todos!

Carlos Delgado

----- Mensagem de no.arame@gmail.com ---------
Data: Mon, 26 May 2008 10:14:38 +0100
De: Alexandre <no.arame@gmail.com>
Assunto: Re: [Archport] Equipas técnicas e afins
Para: Carlos Filipe dos Santos Delgado <cdelgado.templo@netc.pt>
Cc: Andre gregorio <andregregorio@hotmail.com>, archport@ci.uc.pt

Continuo sem percerber porque é que, se é assim tão fácil e tão enriquecedor ser-se "empresário arqueológico", os "assalariados" não se transmutam eles próprios em "empresários", livrando-se assim das grilhetas dos trabalhos mal remunerados e da escravidão das más condições laborais...

Para os que reclamam por melhores condições salariais, aconselho este site:

http://www.empresanahora.mj.pt/
 
 
 





Em 26/05/08, Carlos Filipe dos Santos Delgado<cdelgado.templo@netc.pt> escreveu:
>
>
> Ó meu caro André:
>
>  
>
> A resposta à tua última curiosidade é fácil! Basta pensar que os tais 5% de
> Segurança Social que as empresas têm de pagar se resumem, na maior parte dos
> casos (em que as pessoas pagam cerca de 150 Euros mensais) a 7,5 Euros!!!
> Isto tem duas "boas" consequências:
>
> 1.º - tal como nas multas e coimas ambientais, o lucro irá sempre compensar
> largamente o possível encargo/prejuízo;
>
> 2.º - os "empresários" ficam de consciência limpa, porque até já
> "contribuiram" para o alívio da carga fiscal dos seus "colaboradores", o que
> lhes confere uma auréola de santidade acima de qualquer suspeita...
>
>  
>
>  
>
> E assim vamos, cantando e rindo...
>
>  
>
>  
>
> Carlos Delgado
>
>  
>
> ----- Mensagem de andregregorio@hotmail.com ---------
> Data: Mon, 26 May 2008 00:09:39 +0000
> De: Andre gregorio <andregregorio@hotmail.com>
> Assunto: Re: [Archport] Equipas técnicas e afins
> Para: Telmo Pereira <telmo-pereira@iol.pt>, archport@ci.uc.pt
> Ora nem mais!
>  
> Afinal, nos países berço do Capitalismo e seus expoentes máximos existe
> efectivamente regulação e mecanismos de controlo. Até para a arqueologia.
>  
> Se procurarem, além do caso Inglês, existe também o caso da Bélgica ou da
> Holanda onde a profissão e a actividade se encontram profundamente
> regulamentadas.
>  
> Mas se estivermos à espera que os empresários tenham um remoque de
> consciência e se lembrem que também  são beneficiados, sendo aliás os
> principais benificiados, podemos esperar sentados.
>  
> Porque já se tornou evidente que se não houver uma pressão por parte dos
> profissionais as coisas não mudam. Em Espanha fazem manifestações a exigir
> um contrato colectivo para os trabalhadores da arqueologia, em Portugal nem
> contratos individuais existem.
>  
> Estou curioso em relação às eventuais consequências de uma eventual
> penalização da utilização recorrente de recibos verdes por parte das
> empresas.
>  
> Saudações,
>  
> André Gregório
>
>
> > Date: Mon, 26 May 2008 00:51:11 +0100
> > From: telmo-pereira@iol.pt
> > To: ruipinheiro14@sapo.pt
> > CC: Archport@ci.uc.pt
> > Subject: Re: [Archport] Equipas técnicas e afins
> >
> > Se me permitem um breve comentário a toda e qualquer discussão sobre
> > qualidade de trabalho. Na passada Quarta-feira falei com uma colega
> > canadiana. Uma pessoa cuja tutela permite a direcção de trabalhos de
> > campo, para além de contrato, seguros, etc, recebe em média
> > 45000€/ano. Existem valores mínimos - tabelados pelo Estado - para os
> > ordenados.
> >
> > Agora das duas, uma: ou rematamos isto com um "Sem comentários" ou
> > rematamos isto com uma tomada de decisão de exigir condições minimas
> > de trabalho, contratação, segurança e vencimento. Para mais ideias
> > sugiro que se dê uma vista de olhos ao site do Reino Unido:
> >
> > http://www.bajr.org/Employment/UKEmployment.asp
> >
> >
> > Telmo Pereira
> >
> >
> >
> >
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> > http://www.iol.pt/correio/rodape.php?dst=0804301
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