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Escavações
arqueológicas de emergência na Rua 25 de Abril, em Lagos
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Um estudo feito antes do início das obras do UrbCom
em Lagos levou a que fossem encontradas «estruturas romanas e tardo-romanas,
correspondentes a uma área industrial para preparação de peixe – as
salgas -, que estiveram em uso desde meados do século II até ao século VI,
sob o chão actual», ou seja, com 1400 a 1800 anos, revelou a arqueóloga Elena
Morán.
TEMAS: Arqueologia
«Sabíamos que assim que começássemos as obras de requalificação da
rede de saneamento da Rua 25 de Abril e da Rua Silva Lopes, no âmbito do
projecto UrbCom, iríamos encontrar vestígios romanos», revelou ao
«barlavento» Elena Móran, arqueóloga da Câmara de Lagos. «É uma zona muito sensível a
nível arqueológico», justificou.
Assim, um estudo feito antes do início das obras levou a que fossem
encontradas «estruturas romanas e tardo-romanas, correspondentes a uma área
industrial para preparação de peixe – as salgas -, que estiveram em uso
desde meados do século II até ao século VI, sob o chão actual», ou seja, com 1400 a 1800 anos, revelou
a arqueóloga.
Além de duas salgas, nas ruas que sofreram as obras, foram encontrados
vestígios daquilo que o departamento de arqueologia da autarquia pensa que
poderá ser a lixeira de uma fábrica de cerâmica romana.
A Câmara de
Lagos já tinha contratado um grupo de profissionais com experiência nos
«complexos industriais de derivados de peixe, da época romana», o que
contribuiu para a preservação do património e para a rapidez da conclusão do
estudo.
Assim, foram realizadas «escavações de sondagens equidistantes, que
permitiram identificar as estruturas arqueológicas» e as infra-estruturas
existentes.
De igual modo, entre Janeiro e Fevereiro, no âmbito da requalificação da
Frente Ribeirinha de Lagos, obras que ainda estão a decorrer, a Câmara de Lagos contratou
uma empresa de arqueologia.
Os profissionais fizeram «sondagens de diagnóstico para a caracterização da
muralha setecentista, do Castelo dos Governadores, bem como dos diferentes
cais, na perspectiva de uma eventual valorização», contou a arqueóloga. As
estruturas tinham sido soterradas na década de 40 do século XX para a
construção da Avenida da Guiné.
Desta vez, as escavações arqueológicas tiveram lugar entre o Castelo dos Governadores,
onde fica agora o Hospital, e a antiga Casa da Dízima.
Naquele local existiam duas portas que, articuladas com a muralha setecentista e
funcionando como antecâmara da cidade, permitiam a circulação entre muros e o
acesso ao Cais da Ribeira.
«A porta que dava acesso ao Cais da Ribeira foi entaipada e o cais foi
alteado por outro numa cota superior», afirmou Elena Móran.
«Também foram efectuadas algumas sondagens para identificar o alinhamento da
muralha setecentista, e uma outra para identificar o cais da Guiné»,
acrescentou.
16 de Julho de 2008 | 15:00
ana sofia
varela
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