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[Archport] Fwd: "Moradores acusam responsáveis pela obra da CRIL de ocultarem património arqueológico"

Subject :   [Archport] Fwd: "Moradores acusam responsáveis pela obra da CRIL de ocultarem património arqueológico"
From :   romana.nunes@iol.pt
Date :   Mon, 21 Jul 2008 11:50:43 +0100

Olhando rapidamente para esta notícia e para as características da
galeria que os moradores descrevem pensaria logo que esta poderá ser
um vestígio do sistema de abastecimento romano à cidade de Lisboa.
Convém relembrar que na zona de captação utilizada no século XVIII
pelo Aqueduto das Águas Livres existia a Barragem de Olisipo, da qual
infelizmente hoje em dia só resta um troço entrincheirado por duas
estradas, sendo esta "apenas" a barragem de contrafortes mais alta
conhecida até hoje no mundo romano (8 metros), e tendo consciência que
o novo aqueduto então construído poderia, em certas zonas do caminho
até Lisboa, coincidir com o traçado romano de abastecimento de água à
cidade.
Obviamente que sem ter acesso a fotografias e sem qualquer estudo
aprofundado dos vestígios identificados esta é apenas uma ideia que
surge assim que se lê a descrição da galeria, apesar de aquela parede
vermelha "feita provavelmente de lama vulcânica" me soar muito a uma
galeria impermeabilizada com opus signinum. Um estudo mais aprofundado
seria essencial.
De facto é curiosa a expressão do arqueólogo do Igespar de "Como é que
me podem estar a esconder isto?", se de facto foi mesmo esta a sua
expressão. Este caso leva-nos a pensar quantos mais vestígios não se
andaram a esconder por esse País fora do IGESPAR, e se este é um
problema de falta de consciencialização dos donos de obra ou se é uma
deficiência da fiscalização deste recém formado Instituto.


----- Mensagem encaminhada de no.arame@gmail.com -----
     Data: Sat, 19 Jul 2008 20:42:29 +0100
       De: Alexandre Monteiro <no.arame@gmail.com>
Responder Para: Alexandre Monteiro <no.arame@gmail.com>
  Assunto: [Archport] "Moradores acusam responsáveis pela obra da CRIL
de ocultarem património arqueológico"
       Cc: archport <archport@ci.uc.pt>

Moradores acusam responsáveis pela obra da CRIL de ocultarem
património arqueológico

Público, 19.07.2008


A comissão de moradores do Bairro Santa Cruz de Benfica acusa os
responsáveis pela construção do último troço da CRIL de ocultar
património arqueológico descoberto na zona da Buraca.
Em causa está o aparecimento de uma antiga galeria de pedra com perto
de dois metros de altura e pelo menos 50 de comprimento na Buraca, na
zona onde há-de passar o último troço da Circular Regional Interior de
Lisboa e junto a uma parede do Aqueduto das Águas Livres. Jorge Alves,
membro da comissão de moradores, afirma que as informações que lhe
foram prestadas pelos responsáveis da obra das Estradas de Portugal
sobre a descoberta não coincidem com fotos do local a que teve acesso:
"Disseram-nos que tinham descoberto uma galeria sem grande valor
patrimonial, sem qualquer ligação ao Aqueduto das Águas Livres e sem
qualquer actividade, o que não corresponde ao que as fotos que temos
em nosso poder mostram."

E explica que a galeria integra "um sistema hidráulico perfeitamente
estável, que parece estar a captar água do próprio aqueduto através de
fissuras".
O representante dos moradores garante que o valor do achado foi
ocultado do próprio Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e
Arqueológico (Igespar), apesar de este organismo ter um representante
na comissão de acompanhamento da obra.
Segundo os moradores, que nos últimos anos se têm manifestado contra a
passagem do último troço da CRIL junto às suas casas, durante as obras
de preparação da obra que estavam a decorrer, uma escavadora partiu a
galeria ao meio, cujo interior ficou assim exposto, permitindo
observar uma parede vermelha, aparentemente feita de lama vulcânica.
Depois de denunciarem o caso junto de várias instituições, os
moradores reuniram-se com um arqueólogo do Igespar, ao qual mostraram
as fotografias. "Ele observou: 'Como é que me podem estar a esconder
isto?'", conta Jorge Alves.
Este arqueólogo foi agora incumbido pelo instituto de se pronunciar
sobre o valor do achado, depois de visitar o local. Com o mesmo
objectivo, os moradores estão em contacto com arqueólogos, geólogos e
historiadores.

PÚBLICO/Lusa
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----- Fim da mensagem encaminhada -----



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