[Archport] Unidades de arqueologia sediadas no futuro espaço do Museu dos Coches sem futuras instalações
Title: Unidades de arqueologia sediadas no futuro espaço
do Museu
Unidades de
arqueologia sediadas no futuro espaço do Museu dos Coches sem
futuras instalações
31.07.2008 - 11h32 Lusa
As unidades de arqueologia que estão nas antigas Oficinas Gerais de
Material do Exército onde vai ficar o novo Museu dos Coches, ainda
não têm futuras instalações.
O Centro de Investigação Paleo-Ecologia Humana e Arqueo-Ciências
(CIPA) e a Divisão de Arqueologia Náutica e Subaquática (DANSA)
são duas destas unidades.
O CIPA é dirigido pela especialista em Ana Cristina Araújo. O
centro está naquelas instalações desde a década passada.
"Começou do zero e é hoje uma referência na
investigação, pelas suas colecções únicas na Península
Ibérica e até europeias", salientou a especialista em
arqueozoologia Marta Moreno que trabalha ali como cientista convidada.
Para a cientista, o desaparecimento deste centro representaria um
retrocesso na arqueologia portuguesa.
As colecções são constituídas por esqueletos inteiros de
várias espécies de animais. Mas também tem herbários, pólens e
carvões (materiais calcinados) que servem de comparação aos
achados arqueológicos.
Na unidade DANSA é possível impregnar madeiras antigas em
soluções aquosas de cera solúvel. A "jóia da coroa"
desta divisão, instalada numa antiga oficina de viaturas do
exército, são duas pirogas encontradas nas margens do rio Lima, com
cerca de 2.300 anos.
"Nós funcionamos como os bombeiros, temos de, às vezes,
rapidamente intervir para salvaguardar peças", assinalou
Francisco Alves que dirige a DANSA. O arqueólogo afirmou à Lusa
que cabe à tutela encontrar um espaço novo, explicando que este
"tem de ter as condições mínimas, nomeadamente tanques com
certas dimensões".
O espaço tem também uma biblioteca especializada, com 50.000
volumes correspondentes a cerca de 35.000 títulos e que segundo a
responsável Fernanda Torquato, uma consulta anual de cerca de 2000
utentes.
O "espólio tem sido aumentado graças às permutas promovida
pela revista Arqueologia" e, devido à sua especificidade, não
pode ser integrada na Rede de Bibliotecas Públicas "nem
absorvida por outra biblioteca", acrescenta a
responsável.
A Cordoaria
Nacional, na Junqueira, e o Quartel do Conde de Lippe, na calçada da
Ajuda, são dois dos espaços que têm sido apontados para albergar
estes centros de investigação. Não houve até ao momento
confirmação oficial.