Princípio da tarde de um
ensolarado dia de Agosto do ano de 137 a.C.
Do alto da Cividade
avista-se um deslumbrante panorama da região,
marcado pelo azul
profundo do mar a Poente. Nos pátios lajeados as
actividades
desenrolam-se como normalmente: o oleiro molda mais um
vaso de
elegante decoração; o som do tear soa na casa vizinha e o
grito das
crianças a brincarem nas ruas empedradas. Mas sente-se, no
olhar dos
homens e mulheres, a preocupação. Para lá do rio Durius,
grandes
colunas de fumo erguem-se no alto dos montes ocupados pelos
Turdulos
velhos e um estranho bramido ecoa de longe como se muitas
vozes se
erguessem e o ruído de milhares de armas se cruzassem em
combates de
morte.
As notícias que chegavam de Sul não podiam ser mais
perturbadoras.
Desde que o grande chefe lusitano Viriato havia sido
assassinado às
mãos dos traidores, que o exército romano havia
esmagado as hordas
de lusitanos e de povos da montanha em combates
atrozes. Falava-se em
milhares de mortos e de inúmeros cativos
enviados para a escravidão
em Roma. Os jovens, que haviam partido para
combaterem ao lado dos
lusitanos, regressavam maltratados e feridos,
contando que Roma havia
enviado, não um general como até aí, mas um
Cônsul, Decimus Junius
Brutus de seu nome, para esmagar os
Galaicos.
Partindo de Olissipo ele havia fortificado uma ilha no Tagus
e,
rumando para Norte, em vez de dar luta aos grupos de
guerrilheiros
dos derrotados lusitanos que fugiam, lançara-se numa
sistemática
ocupação e destruição do território. Os mais importantes
povoados
eram atacados impiedosamente, as suas muralhas derrubadas
pelos
experientes soldados e pelas poderosas máquinas de guerra. Aos
que se
rendiam sem resistência a cidade era poupada levando-lhes os
gados e
os tesouros. Aos que resistiam a morte e a destruição caia
sobre
eles e aos que restavam, muitas vezes, esperava-os o cativeiro.
Em
muitos sítios eram levados os filhos dos chefes como reféns,
para
serem educados em Roma garantindo, assim, a obediência do
povo
derrotado.

Para qualquer esclarecimento contactar o
email do Museu Municipal
Atenciosamente
José Flores

Museu
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Azevedo nº17
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