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[Archport] Breve “resposta” aos caros colegas José Paulo Francisco e a Gonçalo M (sobre a escrita do SO e a construção social do conhecimento)

Subject :   [Archport] Breve “resposta” aos caros colegas José Paulo Francisco e a Gonçalo M (sobre a escrita do SO e a construção social do conhecimento)
From :   Teresa Vieira <teresa.vieira@gmail.com>
Date :   Fri, 26 Sep 2008 02:44:18 +0100


Primeiro que tudo, não quis de modo nenhum menosprezar o esforço que agradavelmente vimos empreendido na concepção do Museu da Escrita do Sudoeste. Aparentemente críptico, o tema rodeia-se  também de excelentes e dedicados investigadores, que foram suficientes para erguer com rigor este projecto. (Não resisto a mencionar que o Professor Amílcar Guerra me introduziu nestas matérias, empenhando-se a passar o testemunho de forma apaixonada. Por isso, inevitavelmente, vou valorizar sempre este património e tê-lo como referência. ) No entanto, os desafios do presente obrigam-nos a rápidas adaptações, e o nosso sucesso mede-se também pela capacidade com que gerimos os novos canais de comunicação.  Alguns museus têm espólios de potencial incrivelmente atractivo mas são tão estáticos quanto um cadáver! Quero com isto dizer que um Museu é, ou pode ser -no caso de alguns ‘ter sido ’- um templo de adoração ao Passado, e uma escola viva sobre o mesmo, mas é preciso que leve consigo vozes para além das suas portas encerradas (e não esquecer, não apenas em horário de função pública). O mundo de hoje requer dinamismo, difusão, a quebra de padrões e conceitos. Mas julgo que mesmo quando uma coisa é boa, podemos sempre criticar, procurando o passo seguinte e a satisfação plena. Os padrões de referência devem ser sempre os mais altos, não o contrário, e com isto obviamente está apenas em causa a obtenção dos fins desejados. E creio que quando falamos das disciplinas em causa – a História e a Arqueologia – falamos na procura da Verdade sobre o Passado Humano tanto quanto a sua divulgação/publicação. Todas as Sociedades se estruturam culturalmente, com maior ou menor consciência, na sua História e em códigos de valor intrinsecamente conectados ao Passado bem como à sua evolução e à sua  interpretação. É válido o direito de cada um interpretar essa verdade, e produzir o seu Passado. Mas aos agentes envolvidos na sua procura directa deve ser exigido antes das múltiplas interpretações o rigor do método que conduziu às mesmas. E se existe consciência social, então todos temos presente que a Arqueologia é única e exclusivamente pública. Logo, no panorama nacional continua sem dúvida a existir uma lacuna entre as exigências do presente e o ensino e a prática da disciplina.

Ao demonstrarmos a necessidade social de construir um Passado estamos a valorizar não só a sociedade, mas neste caso particular, a profissão do Arqueólogo/Historiador.

Até outro assunto,



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