----- Original Message -----
Comunicado - 25 de Setembro de 2008
"Altos responsáveis das Estradas de
Portugal decidem negócios com empresas privadas sob o seu
controlo"
(notícia Público de 6/09/2008 / veja em http://crilpelacidadania.blogspot.com/2008/09/currup.html
)
Este foi o titulo de primeira página do Jornal Público de 6 de
Setembro de 2008, onde são reveladas eventuais ligações de altos responsáveis da
Estradas de Portugal a empresas que fazem estudos na área da arqueologia e
ambiente.
Tendo em conta o facto das empresas eventualmente envolvidas
nesta "tramóia" serem as mesmas que foram a concurso público, e as que
desenvolveram os estudos na área da aqueologia e ambiente para a
empresa Bento Pedroso, que acabou por ganhar a empreitada da CRIL, com um
valor na ordem de mais de 16 milhões de euros em relação à proposta mais baixa,
fizemos um pedido ao Sr. Procurador Geral da República no sentido
de investigar se:
1. a adjudicação terá sido "viciada" de forma a
favorecer estas empresas eventualmente controladas por altos responsáveis das
Estradas de Portugal;
2. a credibilidade dos estudos técnicos desenvolvidos na
área da arqueologia e do ambiente, e se estes correspondem ao investimento
feito pelo erário público e defendem o Património e Interesse
Público;
3. o Património Arqueológico conhecido (Aqueduto das
Águas Livres) e o recentemente descoberto, está a ser devidamente
salvaguadado;
Património Arqueológico
Estradas de Portugal inicialmente esconde
características da descoberta
agora nega a própria
descoberta
Relativamente à recente descoberta Arqueológica junto ao
Aqueduto das Águas Livres, inicialmente as Estradas de Portugal, tentou esconder
as verdadeiras características deste Património Arqueológico descoberto (veja
relato dos acontecimentos em anexo), agora nega a própria existência da
descoberta.
É de referir que os "autores" deste encobrimento, são as mesmas
pessoas que estão eventualmente envolvidas nesta relação de "interesses"
denunciada pelo Jornal Público. No passado dia 11 de Setembro, o responsável das Estradas de
Portugal pela empreitada da CRIL, engº José Luís Faleiro, vem
públicamente num debate em directo na Antena 1, negar a existência desta
descoberta.
Passamos a citar a declaração do José Luís Faleiro na Antena 1
quando questionado pela jornalista Teresa Quintela:
Pergunta da jornalista:
"Sr. Engº, é possível que se se chegar à conclusão que este
Património Arqueológico encontrado fôr de alguma importância que venha a ver
aqui alguma alteração?
Resposta do engº José Luís Faleiro:
"...todo o Património Arqueológico que tem sido encontrado na
CRIL estava previsto no seu projecto, e por isso não temos até à data encontrado
nada que não fosse previsto, e tudo aquilo que está a ser feito está a ser
executado de acordo com o previsto..."
(veja no site www.cril-segura
.com a gravação do debate. As declarações acima mencionadas encontram-se
entre o minuto 15:58 e 16:17)
Sabendo que esta obra é de extrema importância para o Sr.
Primeiro Ministro em termos eleitorais, tendo inclusivé sido
introduzida uma clásula no contrato de adjudicação que antecipa o
prazo de obra de 700 para 670 dias, de forma a esta estar concluída em Setembro
de 2009 (um mês antes das eleições), não nos surpreende que qualquer
"empecilho" que possa atrasar a obra e ponha em causa a data
prevista para conclusão da obra , nomeadamemte o nosso Património
Arqueológico, possa vir a ser desvalorizado.
Se queremos um País melhor, todos temos o dever de
participar mais activamente na denúncia do que está mal e procurar
melhores soluções no sentido do verdadeiro Interesse Público.
Divulgue este escândalo.
Divulgue o nosso site e blog.
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Descoberta Arqueológica junto ao Aqueduto das Águas
Livres / relato dos acontecimentos:
Início mês de Junho
Chega-nos informações de que no decorrer das obras da CRIL,
quando estavam a ser feitas escavações junto à parede do Aqueduto das Águas
Livres na zona da Buraca, é descoberta uma Galeria "pegada" ao Aqueduto, com
cerca de 50 metros, até à data desconhecida. Esta galeria
situa-se a uma cota mais baixa que o Aqueduto das Águas Livres.
A máquina escavadora abriu um buraco sensívelmente a
meio desta galeria, tendo ficado uma abertura para cada um dos lados.
23 de Junho de 2008
É nos fornecida informação relativa à Galeria, que nos
permite perceber tratar-se de um elemento com valor Patrimonial e com
aspectos merecedores de averiguação em termos arqueológicos e do ponto de
vista histórico.
Descrição da Galeria:
Tem perto de 1.90m de altura e 70cm de largura, termina do
lado poente numa parede vermelha aparentemente de "lama vulcânica", e do
lado nascente numa parede antiga (confirmada essa antiguidade pela formação
química calcária que a recobre) onde na parte inferior existe uma estrutura
hidráulica em pedra com perto de 60cm quadrados, em actividade, onde é captada
água através de fissuras.
24 de Junho de 2008
Na sequência destes dados e de várias informações que chegaram à
Comissão de Moradores do eventual aparecimento de estruturas de valor
Patrimonial que podiam estar a ser negligenciadas, enviámos cartas à C. M. de
Lisboa; C. M. da Amadora, Igespar e EP, no sentido de fazerem um fiscalização da
obra.
Na carta dirigida ao EP, solicitámos uma reunião e uma visita à
obra de forma a podermos verificar como estava a ser preservado o
Património Arqueológico presente no local.
10 de Julho de 2008 - Reunião no estaleiro da obra
Nesta reunião estiveram presentes:
Dr. Carlos Ramos - responsável do EP da área da
Arqueologia
Arqueóloga Suzana Santos - responsável pela fiscalização na área
da Arqueologia ao serviço da GIBB
Dr. José Correia - IGESPAR - comissão acompanhamento da
obra.
Engº Pedro Carmona - EP - coordenador da empreitada da
CRIL
- grupo de Arqueólogos da Geoarque...
- Comissão de moradores, acompanhada com a presença do
Arquitecto Filipe Lopes da ORPRUB.
Nesta reunião, por razões óbvias, não revelámos o conhecimento
que tinhamos relativamente à Galeria que tinha sido descoberta e às
características da mesma.
Questionámos os vários responsáveis presentes na reunião, o que
estava a ser feito em relação à preservação do Património, e se tinha sido
entretanto encontrado algo de novo.
Em resposta às nossas questões, foi-nos transmitido pelo Dr.
Carlos Ramos e pela Arqueóloga Suzana Santos que tinham efectivamente, na
altura das escavações, encontrado uma galeria pegada ao Aqueduto das Águas
Livres que desconheciam, mas que não tinha grande valor Patrimonial, tratando-se
de uma estrutura sem qualquer ligação ao Aqueduto das Águas Livres e sem
qualquer actividade.
A descrição que nos fizeram desta estrutura foi a
seguinte:
Uma galeria com cerca de 50 metros, em que do lado poente
termina numa parede de rocha e do lado nascente numa parede selada de
tijolo presumívelmente construída nos anos 60. Foi-nos referido também que
esta parede dava ao interior da Mãe de Água.
Na mesma reunião disseram-nos que podíamos ficar descansados
quanto à possibilidade de existir naquela zona qualquer valor Patrimonial, pois
tinham acabado as sondagens precisamente no dia anterior (9 de Julho),
e nada fora detectado.
A seguir à reunião fizemos uma visita ao local, mas por
"questões de segurança" não nos foi permitido chegar perto da Galeria.
Após esta ocultação e descrição falsa das características da
Galeria, sem revelar o que conhecíamos, fizemos um contacto telefónico
posteriormente (dia 16 de Julho) com o responsável do EP, Dr. Carlos Ramos, que
tinha ficado de nos enviar algumas fotos da Galeria, e que nos disse, que
agora não era possível, talvez dentro de duas semanas.
Dado o facto de não termos as ditas fotos, e no sentido de
fazermos uma comunicação aos moradores a tranquilizá-los quanto à preservação do
Património, pedi ao Dr. Carlos Ramos, para me fazer novamente uma descrição da
dita Galeria. A descrição que fez correspondeu mais uma vez à que nos tinha
sido dada na reunião.
Perante a gravidade da situação, e o facto de possívelmente o
responsável do IGESPAR, Dr. José Correia, também lhe estar a ser ocultada /
falseada informação, solicitámos uma reunião no IGESPAR com este responsável,
que se efectuou no dia 17 de Julho, no sentido de confirmar se este estava
também a ser conivente com esta farsa.
Nessa reunião, e antes de revelarmos as provas que possuíamos,
pedimos uma vez mais uma descrição da Galeria. O Dr. José Correia, fez a
mesma descrição que tinha sido dada na reunião de 10 de Julho.
De seguida, mostrámos as fotos das características verdadeiras
da Galeria que comprovam a ocultação / falsidade da descrição que nos foi dada
da Galeria.
O Dr. José Correia do IGESPAR, comprovou desconhecer por
completo as verdadeiras características da Galeria, e mostrou-se preocupado pelo
facto de lhe estarem a ocultar esta informação.
Após contactos vários que fizemos com Arqueólogos, foi-nos
referida a importância desta Galeria, e da sua avaliação, tanto no
sentido do seu valor Arquitectónico, assim como do ponto de
vista Histórico.
Aliás esta galeria pelas suas características coloca várias
questões que devem ser esclarecidas, o que está a suscitar a curiosidade
deste grupo de técnicos, nomeadamente no que tem a ver com o Aqueduto
Romano.
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