Braga, 24 Nov (Lusa) - O PSD de Braga defendeu hoje a criação de um sistema de informação aos munícipes sobre a descoberta de um templo romano, datado do século I, na Avenida da Liberdade.
O líder da Coligação Juntos por Braga, Ricardo Rio, adiantou à Lusa que a proposta vai ser feita à autarquia e à Universidade do Minho (UM).
Na reunião de vereadores, que se realiza quinta-feira, Ricardo Rio vai pedir que seja lançado um sistema de informação, envolvendo a Unidade de Arqueologia da UM e a câmara municipal, para que a comunicação social e os munícipes saibam do andamento das escavações arqueológicas.
"Basta que a Unidade dê conferências de imprensa periódicas ou que ponha as descobertas e o porquê da sua importância no seu próprio site", sublinhou o autarca social-democrata.
A intervenção arqueológica, que decorre naquela avenida, no centro de Braga, colocou a descoberto, na mesma área em que em recentemente foi encontrada uma necrópole, um templo romano tido como de "grande importância patrimonial e científica".
As escavações estão a ser feitas, por imperativo do próprio concurso público municipal, para adjudicação da obra de prolongamento do túnel da Avenida.
Durante uma recente visita de deputados municipais ao local, o arqueólogo Luís Fontes - sublinha Ricardo Rio - enfatizou a grandeza da descoberta, defendendo, a musealização "in situ" do achado.
Esta proposta implica que a circulação rodoviária se faça por viaduto, a partir da zona dos antigos CTT.
O especialista defendeu também "que já não será possível prolongar o túnel da Avenida da Liberdade para além do quarteirão dos antigos Correios", o que altera todos os planos da obra.
Contactado pela Lusa, João Paulo Mesquita, do Gabinete da Presidência da Câmara de Braga, não quis tecer comentários sobre o achado, limitando-se a garantir que a obra continua tal como estava projectada.
O achado, que se supõe ser um templo ou uma basílica romana datada do século I, "é uma construção única e encontra-se em muito bom estado de conservação".
A Unidade de Arqueologia estima que a construção, que terá sido sujeita a obras nos séculos II e III, tenha 300 metros quadrados de área (24 metros por 12 metros) e se encontre totalmente debaixo do piso da Avenida da Liberdade.
A Lusa contactou a Unidade de Arqueologia da UM mas não conseguiu obter qualquer esclarecimento sobre o assunto.