Re: [Archport] SIG
Respeito a sua opinião, principalmente de alguém já com alguma experiência na matéria.
Como deve saber, os SIG´s vão beber os conceitos à Informática, Gestão e Geografia. Da mesma forma, certos estudos arqueológicos vão também beber os seus conceitos à geografia, como é o estudo espacial de um qualquer espaço arqueológico. Logicamente, o conhecimento ao nível arqueológico advêm disto mesmo, desta interdisciplinaridade entre Arqueologia e Geografia. Não será taõ necessária a compreensão, como disse, dos processos de escavação, mas será importante a compreensão fisíca de um espaço e aí, a Geografia ganha alguma preponderância.
Juntando a lógica, a compreensão necessária que referi prende-se mais à relação entre os conceitos Geografia e Arqueologia.
Poderá, como referiu, efectuar um SIG, sem saber os conceitos arqueológicos, mas não seria melhor e mais útil se os tivesse? Não compreenderia melhor a dinâmica espacial de um sítio pondo-se nos olhos de um arqueólogo?
A realização de um SIG, de forma meramente abstracta é perfeitamente exequível e poderá ser feito em ambiente arqueológico por um técnico qualificado como é o seu caso. De outra forma, continuo a achar que, se os formadores entendessem melhor o binómio Arqueologia/Geografia, a compreensão dos processos decorreria de forma mais fluida por parte da comunidade arqueológica.
Da mesma maneira, a compreensão de conceitos geográficos e de informática pela comunidade arqueológica é, igualmente, importante.
Abraços
Jorge Pinho
---------------------- MENSAGEM ORIGINAL ----------------------
Tenho de concordar que realmente o ensino das ferramentas SIG aplicadas à
arqueologia não tem obtido a importância que devia. No entanto, relembro,
que o mestrado de Arqueologia na Faculdade de Letras da Universidade do
Porto já possui uma cadeira de "Cartografia SIG e Arqueologia"(
http://sigarra.up.pt/flup/disciplinas_geral.FormView?P_CAD_CODIGO=MARQ002&P_ANO_LECTIVO=2008/2009&P_PERIODO=2S)
que é leccionada por professores do Departamento de Geografia da mesma
faculdade.
Na minha perspectiva pessoal, devemos aprender com os que já vão um passo á
nossa frente, como tal optei por frequentar o Mestrado de Sistemas de
Informação Geográfica e de Ordenamento do Território na Faculdade de Letras
do Porto. Com esta especialização comecei a perceber as potencialidades do
SIG e a arquitectura dos softwares. Não necessitei de exemplos práticos em
arqueologia para aplicar um SIG a uma escavação, a uma prospecção, gestão de
património, etc.. Mas esta é a minha modesta opinião.
Cordialmente,
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António Costa
Arqueólogo, especialista em topografia/SIG aplicada à arqueologia