--- Begin Message ---To : <archport@ci.uc.pt>Subject : [Archport] Ver os SIG por um canudo?From : "Helena Paula Abreu Carvalho" <hcarvalho@uaum.uminho.pt>Date : Fri, 5 Dec 2008 06:49:49 -0000Title: Ver os SIG por um canudo?
Caros archportianos amantes de assuntos relacionados com SIG:
Tenho seguido, inevitavelmente, as muitas mensagens que se escreveram a propósito do que já vi intitulado, mais ou menos explicitamente, como Universo SIG. Recentemente, a propósito de um simples pedido de informação sobre cursos CAD, voltou a repetir-se uma (menos prolixa) troca de mensagens.
O assunto não é grave nem particularmente irritante mas gostaria de continuar a ser uma archportiana sem ter que comer estas ondas de mensagens que, mais do que irritação, me provocam uma enorme vontade de deixar de estar actualizada. A essa enorme vontade de desactualização em relação à Archport valem-me as muitas notícias importantes sobre o que se vai passando e a fidelidade e respeito relativamente a um projecto meritório: a criação e gestão da Archport.
Relativamente ao singelo pedido de esclarecimento sobre cursos CAD, espanta-me o que a essa nossa colega, aparentemente, também espantou -tanta assertividade sem nenhum conteúdo- e agradeço (pois agradecer também é bom) a resposta simples dada a um pedido de esclarecimento igualmente simples. Importa continuar a usar este espaço para pedir esclarecimentos. Sem medo!
Quanto à enxurrada de mensagens a propósito dos SIG não há, aparentemente, nenhum pedido de esclarecimento. Se tal tivesse acontecido, estou em crer, que alguém mais sábio e conhecedor do que eu teria rematado o assunto. Embora não possa rematar o assunto, gostaria de dizer o seguinte:
- Sou arqueóloga e trabalhei com um SIG que construí, na verdadeira acepção da palavra, com um colega, também arqueólogo, na década de 90 do século passado. Não tivemos, nem um nem outro, qualquer formação em Informática ou em Sistemas de Informação Geográfica. Todavia, esse SIG permitiu-nos trabalhar com extensos volumes de informação, produzir trabalhos em arqueologia do povoamento e da paisagem, fazer projectos com geógrafos e participar em várias reuniões científicas nacionais e internacionais. Algumas destas participações foram feitas, precisamente, com geógrafos apesar das diferentes áreas e objectos de análise.
Falar de falta de formação na época em que começámos a trabalhar seria completamente inusitado! A solução foi, pois, pegar em manuais tão volumosos e herméticos que nem uma boa almofada davam, e tentar, e insistir, e errar e insistir de novo, dias e dias, meses a fio.
Não sinto qualquer menosprezo ou falta de empatia pelas queixas que neste forum se manifestaram em relação ao assunto SIG. Com uma mistura bem condimentada de actualidade e ligeireza subscreveria a maioria delas. Confesso que não subscreveria o condimento que transforma os SIG numa espécie de entidade transcendente e inatingível... basta-me saber que os meus conhecimentos de física quântica estão muito abaixo do que gostaria!
Com alguma propriedade, permito-me dizer que esta enxurrada de mensagens sobre os SIG soa completamente anacrónica. Para perceber o anacronismo basta passar os olhos por qualquer listagem bibliográfica sobre o tema.
Vivemos um tempo em que tudo o que não sabemos pode ser automaticamente remetido para falhas nos sistemas de ensino, nos cursos que faltam e deveriam existir e por quê em Espanha e não aqui, o mesmo é dizer... tudo cai na inevitável tecla da indigência e pobreza nacional, omnipotente e omnipresente, para o bem e para o mal. Apetece-me imenso dizer o mesmo! Quando tento instalar uma impressora e a coisa falha à primeira tentativa, talvez fosse pertinente dizer que qualquer curso de Arqueologia deveria ter um módulo inteiramente dedicado à instalação de impressoras!
Como, com algum esforço, já consegui instalar algumas, permito-me dizer o seguinte relativamente às inúmeras mensagens sobre esse universo transcendente de ligar uma base de dados alfanumérica a uma base cartográfica:
-pede-se a quem quer que fale sobre qualquer assunto que, previamente, se informe e se actualize. A grande maioria das mensagens que li estão desactualizadas, do ponto de vista bibliográfico e, portanto, conceptual. Mesmo que sejam só manifestos, um bom manifesto quer-se actualizado!
- a melhor maneira de trabalhar com um SIG, como com qualquer outra ferramenta de trabalho, é ... trabalhar. E entre os desejos de ter cursos de SIG e a irritação de quem acha que seria mais capaz se os tivesse tido, talvez fosse interessante começar a ler e a trabalhar sobre o assunto. Parece mais difíl mas compensa!
Com os meus melhores cumprimentos e desejo de um bom fim de semana para todos
Helena Carvalho
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