Caros Archportianos
Li com interesse todos os comentários e apraz-me citar que
a Autónoma, iniciou no passado Semestre uma Pós-graduação em Arqueologia
Subaquática em parceria com o Instituto Politécnico de Tomar. O final do curso
prevê um estágio nos mares do Algarve.
Vimos aprovado pela DGES, o Mestrado em História da
Náutica e Arqueologia Naval, que contamos abrir já no próximo mês de Março.
Não ficámos pelas palavras e citando o Vasco Mantas
“Quem vier depois melhor fará …” Continuo no entanto a
acreditar.
Cordialmente
Adolfo Silveira
De:
archport-bounces@ci.uc.pt [mailto:archport-bounces@ci.uc.pt] Em nome de vasco mantas
Enviada: terça-feira, 13 de
Janeiro de 2009 19:14
Para: archport@ci.uc.pt
Assunto: [Archport] Arqueologia
Naval
Caros amigos Archportianos
Só intervenho nesta discussão da Arqueologia
Subaquática porque o meu nome acabou por ser invocado a propósito da mesma e
entendo dever esclarecer um ponto da questão que me parece marginal mas cuja
intenção me parece pejorativa da minha leccionação da cadeira de Arqueologia Naval na Faculdade de
Letras da Universidade de Coimbra.
Uma das questões que têm dificultada, não apenas em
Portugal, note-se,o desenvolvimento da Arqueologia Subaquática é o
desfasamento entre mergulhadores e arqueólogos. Na cadeira de Arqueologia
Naval o que pretendi foi dar informação arqueológica a alunos com interesse
na área da marinha, já com curso de mergulho ou interessados em adquirir
tal capacidade específica. Por isso lhe chamei Arqueologia Naval e não
Subaquática, uma vez que se alargava ao estudo dos portos antigos, das rotas
e comércios e das técnicas de construção. Como o curso não ultrapassava a
Alta Idade Média o não ter escavado nenhum navio (embora tenha
tido numerosos alunos a participar em trabalhos subaquáticos) conhecendo,de
há muito, as técnicas de mergulho e de escavação (desde há uns trinta
anos...), não me pareceu uma circunstância impeditiva ou limitadora da
qualidade do ensino ministrado.
Dito isto parece-me que as questão das competências
em arqueologia foi aqui nitidamente aflorada e devo dizer que se o princípio
que determinou a apreciação à minha experiência naval (reconhecida pela
Academia de Marinha) é apenas o da prática, então muita coisa está mal na
nossa arqueologia. E se fosse só na arqueologia já não era mau de
todo. Como poderemos ter historiadores sem aprendizagem do Latim,
do Árabe, do Hebraico?
Fico por aqui, depois de uma explicação que me
parece clara quanto à filosofia da cadeira, que nunca pretendeu ser uma
cadeira de Arqueologia Subaquática. Quem vier depois melhor fará...se tiver
coragem e paciência num País à deriva.
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