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Sent: Thursday, February 05, 2009 11:15 AM
Subject: Curso de Iniciação Estimados, utilizo este veiculo de informação pelo seguinte: O centro de estudos arqueológicos das Universidades de Coimbra e
Porto anunciam um curso de iniciação do estudo de cerâmica romana em Portugal
pela módica quantia de 60 €. Ora, o meu primeiro impulso foi o de, sem duvida,
informar-me melhor e possivelmente inscrever-me (é sempre bom para o "Cursus
Honorum"), mas depois parei e ponderei no seguinte: o estudo da cerâmica romana
não faz parte de um programa lectivo do curso de Arqueologia de ambas as
Universidades? o custo dessa cadeira não está incluido nos 920 € anuais de
propinas? Isto significa o quê? Que os professores que leccionam a cadeira
não o fazem correctamente? Significa que há professores em ambas
as universidades que são especialistas no periodo cronológico romano e não
percebem nada de cerâmica romana da Hispânia?
Isto significa o quê? Quando um aluno paga por esta
cadeira 76.66€ enquanto estudante universitário agora tem de pagar mais 60€ para
ter um papel a dizer que tirou um curso livre ministrado pela entidade que
supostamente o deveria ter especializado na área em questão? Isto está
moralmente incorrecto( para não referir o valor monetário). Penso que as
entidades responsaveis por esta situação não ponderaram sequer neste pequeno
pormenor que para muitos é deveras importante porque a crise afecta todos,
principalmente os que estão em fase de construção de uma carreira, e cujos
entraves são pequenas questões como estas que nos fazem sentir frustados sobre o
facto do porquê pagar 920 € de propinas quando no fim não temos experiência
profissional, não podemos orientar trabalhos arqueológicos, não podemos
sequer requerer autorizações de entidades patrimoniais sem consentimento de
"altas autoridades" com os ditos anos de experiência, ou seja, sou licenciado
mas tenho o mesmo estatuto que tinha como estudante. Retiro uma conclusão
deveras negativista: o trabalho precário fornecido por empresas privadas no
sector está de acordo com as praticas elaboradas no ensino superior, que tambem
é precário e pelos vistos imcompleto, uma vez que é preciso complementar um
CURSO SUPERIOR com pequenas formações de matéria dada.
Para finalizar transcrevo um trecho elucidativo sobre portugueses, onde me incluo: Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007), teve a
lucidez de
nos deixar esta reflexão, sobre nós todos, por isso façam uma leitura atenta. Precisa-se de matéria-prima para construir um País. Eduardo Prado Coelho - in Público A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO. Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ....e para eles mesmos. Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um país: - Onde a falta de pontualidade é um hábito; - Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano. - Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos. - Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros. - Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica. - Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns. Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame. - Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar. - Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. - Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta. Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa. Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte... Fico triste. Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados! É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda... Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias. Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos: Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO. E você, o que pensa?.... MEDITE! EDUARDO PRADO COELHO -- Luis Malhao Fernandes |
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