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[Archport] COMUNICADO: Delegação do GAMNA recebida em audiência pelo Ministro da Cultura

To :   "ARCHPORT" <Archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] COMUNICADO: Delegação do GAMNA recebida em audiência pelo Ministro da Cultura
From :   "M N Arqueologia - Director" <mnarq.director@imc-ip.pt>
Date :   Fri, 27 Feb 2009 12:33:09 -0000

 

 

Em defesa do MNA

Mudar, só para melhor

 

        

Comunicado

DELEGAÇÃO DO GAMNA RECEBIDA EM AUDIÊNCIA PELO MINISTRO DA CULTURA

 

No seguimento de pedido de audiência urgente que lhe foi dirigido, o Ministro da Cultura recebeu ontem em audiência uma delegação do Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia (GAMNA) constituída pelos Profs. Luís Manuel de Araújo (Vice-Presidente do Conselho Directivo), Raquel Henriques da Silva (Vogal da Mesa da Assembleia-Geral), Adília Alarcão e António Nabais (sócios do GAMNA). Na ocasião, o Ministro da Cultura fez-se acompanhar pela Secretária de Estado da Cultura e respectivos chefes de gabinete, pelo Presidente do IGESPAR e o Director do IMC, e ainda pelo Director do MNA.

Foi entregue ao Ministro da Cultura um dossiê contendo a Declaração do GAMNA sobre a situação actual e um resumo histórico de toda a problemática relativa às instalações do MNA e nomeadamente à sugestão da sua transferência para a Cordoaria Nacional, que tem cerca de meio século e surgiu na sequência da opção política do Estado Novo de colocar nos Jerónimos o Museu de Marinha, opção especialmente patrocinada e executada ditatorialmente pelo Almirante Américo Tomás, depois da sua usurpação do lugar de Presidente da República.

A delegação do GAMNA exprimiu ao Ministro da Cultura a posição de que qualquer alteração das instalações históricas ocupadas pelo MNA desde o início do século XX deve ser feita na perspectiva da introdução de significativos melhoramentos, depois de conveniente discussão publica em ordem à obtenção de consensos os mais amplos e também depois de ouvidos obrigatoriamente os órgãos consultivos competentes, sem o que se considera existir uma denegação de administração pública democrática, já que decisões de tamanha gravidade política e de tão delicada fundamentação técnica não podem ser tomadas por mero acto discricionário de governação.

Nestes termos, secundando as posições tomadas pelas sucessivas direcções do MNA, incluindo a actual, a delegação do GAMNA defendeu que, a haver uma mudança de instalações, o ideal seria a construção de edifício novo, de raiz, concebido para este específico propósito. Não sendo tal possível, mantém-se de pé a alternativa da ampliação do MNA nos Jerónimos, para a qual não se vêm impedimentos técnicos atendíveis. E só em último lugar a transferência para edifício pré-existente. Nesta última hipótese foi enfaticamente acentuado o convencimento do GAMNA, depois de ouvidos numerosos técnicos, entre os quais alguns dos que integravam a própria delegação ali presente e que estudaram profundamente a matéria, que a Cordoaria Nacional não dispõe das condições mínimas para albergar o MNA ou apenas as poderia vir a possuir se fosse, ela mesma, alterada em termos tais que a descaracterizariam e representariam um dano patrimonial insustentável para um monumento nacional.

Depois de ouvidos todos os argumentos da delegação do GAMNA o Ministro da Cultura começou por saudar o espírito cívico demonstrado, referindo que as preocupações indicadas em defesa do MNA eram por si também partilhadas e que nada seria feito que pudesse ser prejudicial para o Museu.

Reconheceu que a origem de todo o processo está na necessidade imperiosa de encontrar espaço para colocar alguns dos equipamentos que se encontram no local onde vai ter início o processo de construção do novo Museu Nacional dos Coches, tendo a opção pela Cordoaria Nacional, objecto de permuta com a zona dos Jerónimos ocupada pelo MNA, parecido razoável por permitir colocar num mesmo espaço todos os serviços de arqueologia do Ministério da Cultura.

Todavia, sublinhou que o protocolo a subscrever para o efeito com o Ministério da Defesa, o qual aguarda ainda aprovação de outros departamentos do Governo, estabelece expressamente que o MNA apenas transitará para a Cordoaria Nacional quando aí existirem “as condições ideais” para o efeito. O que significa pode até nunca transitar se, em qualquer momento do processo de avaliação que se vai seguir, for concluído que tais condições são insusceptíveis de aí virem a ser criadas.

Concretamente, o Ministro da Cultura informou a delegação do GAMNA que irá ser aberto concurso público nacional de ideias para a adaptação da Cordoaria Nacional a Museu Nacional de Arqueologia, podendo antecipar-se vários cenários: ou a inexistência de ideias suficientemente válidas para merecerem a aprovação dos serviços do Ministério da Cultura; ou a existência de uma ou mais propostas válidas, seguindo-se neste caso o processo da sua selecção, em ordem à escolha da que passará depois à fase de projecto de arquitectura e projectos de especialidade.

Todo este processo será necessariamente demorado e apenas poderá ter sequência na próxima legislatura.

No entretanto, foi garantido pelo Ministro da Cultura que o MNA manterá a totalidade da sua capacidade operacional nos Jerónimos, não havendo alienação de espaços que a diminuam. Especificamente quanto à questão sensível da eventual transferência para tutela do Museu de Marinha da chamada torre oca, que o GMANA e a direcção do MNA consideram imprescindível à prestação do serviço público proporcionado actualmente pelo Museu, foi afirmado que qualquer eventual disposição a estabelecer com ao Ministério da Defesa não terá efeito prático no efectivo uso daquele espaço pelo MNA, que continuará ao seu dispor até à transferência para a Cordoaria Nacional. Congratulando-se com esta indicação, a delegação do GAMNA convidou desde logo o Ministro da Cultura para estar presente nas suas Jornadas Anuais, que irá promover naquele espaço durante a próxima semana, assim como para um ciclo de conferências proferidas por ilustres personalidades na nossa vida cultural e política, que igualmente aí planeia realizar, em articulação com o programa expositivo do próprio Museu, que terá como ponto alto a apresentação na torre oca da exposição VITA VITRI (“A Vida dos Vidros”), a inaugurar em Outubro, por ocasião da reunião em Portugal da comissão especializada em vidros do Conselho Internacional de Museus.

 

Lisboa, em 27 de Fevereiro de 2009.

 

O Conselho Directivo do Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia

 

 

 


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