NOTA DE IMPRENSA
Inicio das demolições para novo Museu dos Coches coloca em risco Património Nacional e provoca conflito entre três Ministérios Numa acção de encenação e propaganda foi anunciado nos órgãos de comunicação social o início das obras para a construção do novo Museu dos Coches. Este projecto obrigará à demolição das antigas instalações militares situadas na Av. da Índia, onde se encontram em funcionamento diversos serviços de Arqueologia do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR, IP) e algumas dependências do Instituto de Museus e da Conservação (IMC). Porém, não foi ainda assinado o propalado protocolo entre as instituições envolvidas – Ministério da Defesa (MD), Ministério da Economia (ME) e Ministério da Cultura (MC) – que prevê a transferência destes serviços para o edifício da Cordoaria Nacional sob a tutela do MD. Este ministério exigiria, como contrapartida, a cedência da ala poente do Mosteiro dos Jerónimos onde se encontra, desde 1893, o Museu Nacional de Arqueologia, de modo a permitir o alargamento do Museu de Marinha. Este impasse, que dura há cerca de um ano, demonstra a inoperância dos ministérios envolvidos, pouco preocupados com as consequências de todo este imbróglio não só para o Património que se encontra depositado nas instalações do IGESPAR, IP da Av. da Índia, como para os funcionários que aí trabalham, actualmente em condições de desgaste e incerteza permanentes. Perante o claro conflito de interesses existente entre estes três ministérios, o da Economia avança para as obras sem que estejam ainda definidas as condições (se é que existem!) do acordo.
Desta situação importa realçar o seguinte:
Perante esta situação exige-se: - - responsabilidades pela situação criada; - - respeito pelos trabalhadores que desde há um ano tentam cumprir a sua missão num ambiente de incerteza e desgaste permanentes; - - cumprimento das leis nacionais criadas para a salvaguarda e protecção de bens arqueológicos nacionais; - - cumprimento das leis e das convenções internacionais que obrigam o Estado Português a responsabilizar-se pela salvaguarda do património arqueológico nacional. Esta falta de cumprimento poderá, em última instância, originar uma queixa-crime contra o Estado Português junto da Comunidade Europeia. Documento aprovado, por unanimidade, por todos os funcionários do IGESPAR, IP “sitiados” na Av. da Índia, às 10h30m do dia 09/03/2009 |
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