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Re: [Archport] Tesouro de Estremoz

To :   Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>
Subject :   Re: [Archport] Tesouro de Estremoz
From :   Alexandre Monteiro <no.arame@gmail.com>
Date :   Tue, 7 Apr 2009 10:49:44 +0100

Pois eu sempre defendi que os achados fortuitos deverão ser recompensados. No tempo em que ainda não havia o euro, os animais falavam e o IPA ainda tinha gente competente e interessada à frente, foi precisamente isso que se fez. 

Recordo-me que, nos Açores, ao ser recompensada pelo Governo da República, a comunicação do achado de um canhão em bronze com 2.500 contos, rapidamente surgiu toda uma boa vontade por parte de caçadores submarinos e de gente (mais suspeita) do mergulho para a pesca (ilegal), que se dispôs a contar sobre os sítios que sabia haver (uma boa vontade que também rapidamente se esfumou, assim que o Governo regional cometeu a estupidez de fazer levar a tribunal, para resolução de diferendo, uns declarantes apenas porque entendeu que o que tinham comunicado não tinha valor ou era já conhecido.

Lembro também que, nesta área - a dos amadores interessados mas mal orientados ou desconhecedores - há um projecto muito interessante:

http://www.ipsiis.net/pt_index.htm

que é responsável - pelo menos do que me lembro de ver nos seus expositores  - pela grande maioria do acervo do Museu de Portimão, tudo fruto de actividade prospectiva feita em depósitos terciários, provenientes dos dragados do rio Arade.

Ou seja, resumindo:

-  deverão ser estudadas e regularmente visitadas/fiscalizadas as estações arqueológicas que sabe (parece que há anos!) serem pilhadas ou estar em perigo de serem vandalizadas. Para uma eficaz vigilância, a câmara do local em causa poderia perfeitamente contratar um desses antigos pilha-galinhas, um contrabandista na reforma ou um pastor desocupado que conheça o terreno, as pessoas da terra e não tenha medo da lama, do frio ou do calor, pagando-lhe, pelo menos, um ordenado mínimo - combatia-se o desemprego do interior, não viria daí nenhum rombo ao orçamento e evitavam-se estas vergonhas terceiro-mundistas;

-  actividade com detectores de metais, só cumprindo-se a Lei n.º121/99; a fiscalização deverá ser severa e as medidas punitivas aplicadas exemplarmente;

- as pessoas que se sabe, por público e notório, serem useiras e vezeiras em pilhar sítios arqueológicos (Portugal é um país pequeno e as nossas províncias são um café de aldeia) deverão ser investigadas pelas polícias competentes, como aliás acontece com qualquer receptador de artigos roubados, qualquer traficante de droga ou, até, de qualquer devedor ao fisco.



2009/4/7 Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>
Pois é... Caro Alexandre Monteiro... agora aé há quem alegue que veio de Estremoz...
 
O problema é que ninguém quer pereber o derradeiro sentido disto...
 
De onde procede o tesouro de Água Branca... o de Chão de Lamas... etc....?
 
Por mim, para lá de punir os infractores, enforcá-los ou cortar-lhes as mãos, é necessário fazer mais alguma coisa. Todavia continuo convencido que o tesouro de Baleizão foi bem comprado, como terá sido o de Água Branca, o da Quinta do Álamo, etc.
 
Por mim, continuo a pensar, para propor uma reformulação do dispositivo legal que supere os disparates. Se o quiser fazer comigo... Parece que ninguém mais quer.
 
Não se protege o património atrás das moitas, à espra dos infractores para lhes cair em cima à catanada. Ou perseguindo-os depois de ser já ´impossível identificá-los e apanhar o fio à meada. Protege-se curando dele. Como? Eu não tenho falado senão disso.
 
Manuel de Castro Nunes

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Manuel de Castro Nunes

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