Quem, como nós, tem participado em vários trabalhos
de empreitadas públicas, sabe a energia e desgaste, a vários níveis, que é
necessário desenvolver para conter o camartelo ímpio das empresas de
construção. Sem a precisão da estatística, ousaria afirmar que se
pulverizam mais vestígios históricos importantes do que se acautelam e isto
porque ainda não está nos nossos hábitos integrar os arqueólogos na elaboração
dos projectos e, posteriormente, nas reuniões de obra.
Acontece frequentemente, na cidade de Lisboa, ser
possível construir caves de enorme profundidade sem a intervenção de um
arqueólogo, porque a respectiva secção da Câmara Municipal não exige e, em
contrapartida, exigir-se a presença de um arqueólogo para a abertura de uma
caixa de visita... Os donos das respectivas obras não entendem, e eu
também não, a divergência de critérios.
O que de facto me preocupa é a impunidade que
gozam a maioria dos empreiteiros e donos de obra, e refiro-me concretamente
a muitos donos de obra que são empresas públicas, depois das suas vandálicas
actuações, mesmo quando presenciadas por nós ou pelos organismos de
tutela.
É necessário que esta situação seja conhecida e que
se preconizem acções drásticas para por cobro a esta situação que, de algum
modo, é do conhecimento da comunidade arqueológica nacional.
Apresento os meus cumprimentos
F.E.Rodrigues Ferreira
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