---------- Forwarded message ----------
From:
Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>
Date: 2009/5/8
Subject: Voluntários para escavações em Troia
To:
archport-request@ci.uc.pt
Caros amigos.
Intervenho sobre esta questão, uma vez que se associa a vários temas que tenho aqui desenvolvido. Vou abordá-la de vários pontos de vista.
Em primeiro lugar, a manifestação inequívoca de aceitar ou apelar à participação de voluntários numa escavação é, do ponto de vista doutrinário que tenho proposto, uma excelente intervenção no sentido de socabilizar a matéria disciplinar da arqueologia, promovendo activas partilhas com jovens que, independentemente da sua vocação futura de formação, se disponibilizarão no futuro para uma intervenção mais incisiva nas problemáticas que o património arqueológico e a sua valorização hoje colocam à comunidade em geral, mas que também se preparam para eventuais partilhas inter ou transdisciplinares.
Depois, o facto de esta intervenção se abrir à participação de voluntários, significa também que, através deles, a comunidade exerce uma vigilância mais activa sobre várias questões que têm sido levantadas no que respeita a algumas suspeitas que se têm colocado acerca de procedimentos menos canónicos quando se trata de trabalhos a cargo e realizados por operadores privados, seja directamente através dos seus quadros, ou em regime de adjudicação a empresas de arqueologia.
Tive o cuidado de consultar previamente a Drª Ana Patrícia Magalhães e pude deduzir que se programa mesmo um interessante ambiente de formação básica.
Tenho que conferir alguma legitimidade ao desalento de alguns jovens com qualificações específicas, que vêm neste episódio mais uma exclusão de acesso a enquadramento profissional.
Todavia, a arqueologia não pode ser exclusivamente uma profissão e há que pesar com sensatez as várias dinâmicas envolvidas. Também penso dever ter em conta que é mais honesto recrutar voluntários explicitamente, do que recrutar assalariados aos quais depois não se paga, ou que podem, por esse motivo, dar cobertura a práticas menos aceitáveis.
Contando desenvolver ainda este caso, como paradigma, impôs-se-me para já esta intervenção.
Manuel de Castro Nunes
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Manuel de Castro Nunes