Re: [Archport] Ara de Viseu

[G M <grunhosearqueologos@gmail.com>]

Caro Alexandre
Em relação ao teu comentário tenho-te a dizer que a Arqueologia em Portugal não nasceu com a Archport. Contudo, parece-me que existe um conjunto de pessoas de que ninguém conhece o trabalho e, portanto, o mérito, que insistem em vir para este fórum dizer o que querem... de quem querem. 
Não sei se já repararam que aqui raramente se vêem interpelações de pessoas que realmente trabalham em Arqueologia, pois essas andam mesmo a trabalhar!
Já ninguém tem paciência para ouvir os dizeres de alguns que aparecem agora como arautos do património e da democracia.

Sou da opinião que muita gente tem de trabalhar mais e publicar mais em vez de se quererem promover com os disparates que colocam neste fórum. 
Sei que falo em nome de todos aqueles que trabalham e que promovem a arqueologia.

São estas pessoas que dizem o que querem que descredibilizam a Archport fazendo com que a maioria dos arqueólogos não queira se quer ler estas linhas.
Conhecendo e bem a empresa em causa e o valor técnico cientifico dos seus técnicos e colaboradores, bem como os trabalhos de arqueologia e não só, acho que aquele post é muito justificado e necessário, uma vez que também acho estranho que uma proposta de leitura possa ser efectuada com base numa fotografia artística de uma epígrafe colocada de "esguelha".
Além do mais só tenho a dizer-te que os teus puridos sobre a divulgação da Ara são infundáveis, basta ver que ela já foi apresentada à Comunidade Cientifica e de certeza absoluta que também o vão fazer junto do público em geral, coisa que muitos não o fazem e não possuem conhecimentos, nem sensibilidade para tal.
Não me compete defender esta rapaziada, uma vez que os seus trabalhos falam por eles.. e nisso só posso dizer que são dos poucos com quem trabalhava.
Já agora quem é este personagem fantástico chamado de Sauren? É a personagem do Senhor dos Aneis?
Criatividade e inovação precisam-se mas com cientificidade, conhecimento e competência.... e isto não é para todos.
Só para alguns!
Abraços do Buraco
Gonçalo Bettencourt

2009/5/17 Alexandre Monteiro <no.arame@gmail.com>

"Não é conveniente"? Não é conveniente para quem?

Numa sociedade democrática - para não dizer científica, que deveria ser o meio onde os investigadores portugueses deveriam também evoluir, cumulativamente - o património cultural é de todos. É dos que o detém - momentaneamente, como fieis depositários - para seu estudo, mas é também, não só dos que o ignoram, como também dos que, amando-o, dele obtêm alguns vislumbres, através de fotografias publicadas em órgãos de grande divulgação (quantas vezes, os únicos que deixam registo desses artefactos para o futuro - relembro o caso do navio do Cais do Sodré que o Público fotografou e os topógrafos do Metropolitano de Lisboa cartografaram e que depois o IPAAR deixou esfarelar-se a seco, por negligência, dele se perdendo quase toda a informação arqueológica pertinente).

Eu não sei se a leitura que o Herbert Sauren fez da ara tem ou não fundamento - o que eu sei é que a leitura que eu faço desta declaração da Arqueohoje a diminui bastante aos meus olhos. Fico então a aguardar, espero que num futuro próximo, a vossa leitura que presumo seja mesmo muito bem fundamentada.

2009/5/17 Arqueohoje <arqueohoje@mail.telepac.pt>

A ara romana encontrada em Viseu recentemente publicitada na revista da National Goegraphic foi apresentada no X Colóquio Internacional sobre Línguas e Culturas Paleohispânicas, em Lisboa, bem como na revista catalã Sylloge Epigraphica Barcinonensis.
Este monumento está a ser alvo de um estudo mais profundo por parte de Luís Fernandes e Pedro Sobral a publicar num futuro muito próximo.
A proposta apresentada neste forum no passado dia 15 de Maio, através de António Tavares, de Herbert Sauren baseia-se apenas numa fotografia publicada na citada revista (Maio 2009), pelo que apresenta erros substanciais. Essa leitura errónea afecta obviamente a interpretação apresentada.
A informação que este monumento epigráfico transmite é deveras importante para a história da cidade de Viseu, não sendo por isso conveniente estar sujeita a leituras sem fundamento.

Pedro Sobral
Luis Fernandes

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