[Archport] CLÁUDIO TORRES, A FL-UL E O CAM

[VICTOR S. GONÇALVES <vsg@fl.ul.pt>]

Numa entrada recente de Alexandre Monteiro, transcrevendo um periódico, lê-se, a dado passo:

 

Cláudio Torres trocou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1976, pelo campo arqueológico

 

Convém desmentir um mito antigo, que o silêncio tem vindo a perpetuar. Cláudio Torres não trocou, no sentido estrito da expressão (no sentido metafórico, sem dúvida), a Faculdade de Letras de Lisboa pelo Campo Arqueológico de Mértola. Na verdade, Cláudio Torres esqueceu-se de renovar o seu contrato como assistente e, de acordo com a lei, ele foi anulado no seu termo. A animosidade existente entre o director da área, Prof. Atanásio, e Cláudio Torres, várias vezes referida oralmente por ambos, tornou essa situação muito agradável para o primeiro, mas a verdade é que ele nada fez por isso. É a altura de precisar que a Faculdade de Letras de Lisboa, Escola com áreas de trabalho em Arqueologia e História de arte prestigiadas internacionalmente, teve, como todas as grandes Escolas, momentos melhores e piores. Mas a presença de investigadores muito próximos de Cláudio Torres, como António Borges Coelho, fez sempre que existisse até alguma simpatia por quem é indiscutivelmente o grande animador cultural de Mértola. Tire-se o chapéu a quem o merece.

Finalmente, o drama do CAM não lhe é exclusivo, bem pelo contrário, está hoje alargado a muitas unidades de pesquisa, associado também à extinção do PNTA e a outros apoios à actividade de investigação não empresarial. Os tempos são maus, e nem sempre são os melhores que sobrevivem.

É a vida, como dizia o outro, de cujo nome já não me lembro.

Victor S. Gonçalves

 

 

 

 

 

 

 

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