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[Archport] Fwd: Fundição de ouro

Subject :   [Archport] Fwd: Fundição de ouro
From :   Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>
Date :   Wed, 3 Jun 2009 22:51:47 +0100



---------- Forwarded message ----------
From: Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>
Date: 2009/6/3
Subject: Fundição de ouro
To: histport@ml.ci.uc.pt


Caro Senhor Reginaldo Barcelos.
 
Interessar-me-ia muito comentar consigo a questão que coloca, em associação a várias que, de resto, se colocam ao estudo da ourivesaria primitiva da Península Ibérica.
Para tal, necessitaria de informação mais detalhada. Seja que tipo de ouro e qual a sua proveniência, uma vez que a sua procedência, seja, a natureza das jazidas em que é recolhido, determina a utilização de diversificadas técnicas de fundição. O próprio trabalho subsequente, de transformação, em vários universos da produção de ourivesaria, intervem também nessas opções.
Quando fala em escórias, a denominação pode, por si só gerar alguma ambiguidade. Porque escória é uma excrecência ou subproduto de uma fundição, por norma para separar o ouro jacente em depósitos primários ou secundários, pelo que é pouco provável encontrar ouro numa escória, senão em proporções irrelevantes.
É pois possível que se esteja a referir a pepitas, seja os nódulos de ouro puro ou quase puro, depende do contexto geológico e geográfico, resultantes da fragmentação milenar dos depósitos primários, sujeito a sucessivos processos de erosão química e mecânica, e que se depositam em pequenos nódulos nos depósitos terciários, geralmente areias fluviais. Em certos rios do Brasil, eram ainda recolhidos no Século XVII e XVIII, nódulos, pepitas, com algumas centenas de gramas. O ouro fluvial brasileiro apresenta todavia características muito bem identificadas, relativamente às mínimas aleações que apresenta.
Devo acrescentar-lhe que o ouro fluvial, que não necessitou de prévia fusão no processo de extracção mineira, não necessita, embora possa, de ser fundido, pois pode ser amalgamado e trabalhado em forja, que é o mais remoto processo conhecido.
Devo concluir ainda que o Brasil é talvez, no contexto mundial, um dos países onde essas questões técnicas se encontram mais aprofundadas, existindo múltiplas unidades de investigação, associadas ou não à indústria mineira, a trabalhar com resultados altamente qualificados. Logo que me seja possível, enviar-lhe-ei os respectivos endereços.
 
Manuel de Castro Nunes

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Manuel de Castro Nunes



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Manuel de Castro Nunes

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