---------- Forwarded message ----------
From:
Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>
Date: 2009/6/10
Subject: Não parta também.
To:
avantecomuna@iol.pt
Caríssimo Amigo.
Peço-lhe que me perdoe esta interpelação pessoal, tocou-me no mais profundo da alma a pessoal expessão com que introduz o derradeiro Arqueologando. espero ainda que o não seja.
Este parte... aquele parte..., Zeca Afonso. Não parta o amigo também.
Guardo em arquivo próprio todas as suas intervenções, a que recorro com frequência, para reportar um tópico. O mundo pula e avança porque temos ainda a esperança de que existe amanhã, se não estaria há muito suspenso e imóvel, em estático tópico na galáxia. Dolorosa é a vida, mas profícuos os seus frutos, ainda quando não sejamos nós a saboreá-los.
Nem tudo o que luz é ouro, porque o ouro verdadeiro, porventura aquele dos alquimistas, o dos genuínos, não o dos malabaristas, não luz, senão na obscuridade da nossa consciência. E todos sabemos que a luz que se nos revela pode ter faiscado há milhões de anos num ponto remoto qualquer do universo. E pode ter sido tão efémera, que não durou mais do que um instante.
E, nos intervalos da luz, ou da faísca, é na obscuridade do pensar e reflectir, ou suscitar a reflexão dos outros, que se prepara e labora a iluminação derradeira, em que, como crente não sei bem em quê, espero, não sei bem quando nem porquê. Talvez nem nos compita saber. E podemos competir todos uns com os outros, mas jamais poderemos competir com Deus, como O denomina, eu não sei bem ainda como O denominar. Pode ser simplesmente o Homem. Ou a forma como representou a sua mesquinha e ínfima dimensão.
Um fraterno abraço.
Manuel
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Manuel de Castro Nunes