Público, 18.06.2009, Nuno
Simas
O presidente do
PP, Paulo Portas, passou grande parte do debate de ontem a perguntar quais eram
os "alegados erros" que José Sócrates disse reconhecer desde a derrota do PS nas
europeias. Em vão. "Diga-nos quais os eventuais erros?", perguntou o líder do
PP. O primeiro-ministro nada disse. Só falou, e foi preciso insistir, depois do
embate de mais de três horas e meia com a oposição no Parlamento.
"Querem
saber um erro?", perguntou José Sócrates, avisando desde logo que iria ser
"notícia": "Se há um erro que é possível identificar ao longo destes anos, é
que talvez deveríamos ter investido mais na cultura, tal como fizemos na
ciência".
E outros
erros, quiseram saber os jornalistas? José Sócrates admitiu que "toda a gente
comete erros quando governa". "Se pudesse voltar atrás em relação a algumas
coisas, faria de forma diferente", disse o líder do PS, muito acossado pelos
deputados pela sua nova atitude de "humildade" assumida na ressaca da derrota
socialista nas eleições para o Parlamento Europeu.
Em breves
segundos, o primeiro--ministro lembrou o que o Governo reclama ter feito para
"servir corajosamente e de forma patriótica o país" - pôr "em ordem" as contas
públicas, as reformas na saúde, na tecnologia e na energia".
Paulo
Portas, que aguardava atrás de José Sócrates para falar aos jornalistas, sorriu
quando percebeu qual tinha sido a resposta. Anotou que não tinha reconhecido
erro algum "onde devia" - no hemiciclo, junto dos representantes dos
portugueses - e acrescentou outros erros: erros nas políticas económica, de
segurança e fiscal.
Portas quis que
o primeiro--ministro assumisse erros no debate. Sócrates respondeu-lhe pelos
jornalistas